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Machatine reconhece que Moçambique perde “muito dinheiro” com obras sem qualidade

Foto: O Pais

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, reconheceu, esta quinta-feira, no parlamento, que o país tem perdido “muito dinheiro” com as obras edificadas com pouca qualidade.

“Queremos dizer sim, que o Governo está muito atento a isso. Há muito dinheiro que está a se perder”, afirmou o ministro, na sessão de informações do Governo.

João Machatine revelou que diante do fenómeno, estão a ser definidos novos instrumentos, “que possam impedir com que este processo progrida”.

“O nosso objectivo é começarmos a apertar o cerco nos empreiteiros. Há um trabalho que já iniciou e, ao longo deste ano, poderão ser vistos resultados”, garantiu o dirigente, apontando que, para além dos empreiteiros, vão também “apertar o cerco às empresas que prestam consultorias” na área.

E quanto às alegações sobre corrupção e favorecimento de empresas aliadas aos governantes, nos ajustes directo para a construção de obras,

Machatine, que falava a partir do pódio da AR, disse ser “um falso problema” e que o Governo pautou por esse meio por ser o mais viável, no contexto de emergência.

“Fizemos os documentos de concurso; detalhamos as componentes de intervenção; o material a ser utilizado e toda a especificação necessária, para blindarmos, de modo a que não houvesse desvio no terreno. Isto fizemos”, sublinhou.

“Houve cumprimento escrupuloso daquilo que são as normas. Portanto, olhando para aquilo que era a necessidade de salvar vidas, dos profissionais, estudantes e professores. Fomos forçados, repito, forçados, a adoptar este regime. Não vimos razões para diabolizar este regime de ajuste directo”, concluiu.

De lembrar que o debate sobre a qualidade das obras edificadas no país ganhou azo no fim do ano passado, quando o edifício da filial do Banco de Moçambique, em Chimoio, teve infiltração das águas da chuva, três dias depois da inauguração pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

O tom do debate elevou-se ainda mais quando, poucas semanas depois, o bloco operatório do Hospital Central de Nampula teve mesma provação, com a chuva.

 

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