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Luz, câmara e… KINANI. Festival arranca dia 23 deste mês

A Plataforma Internacional de Dança Contemporânea realiza-se na Cidade de Maputo entre 23 e 28 deste mês. Ao todo, serão 20 espectáculos no palco, com grupos provenientes de Benin, Indonésia, Portugal, Alemanha e Estados Unidos.

 

A edição 2021 do KINANI – Plataforma Internacional de Dança Contemporânea vai realizar-se durante uma semana, entre 23 e 28 deste mês. O objectivo da organização, este ano, é responder à necessidade dos artistas saírem de casa para apresentar o seu trabalho ao público e em público. Assim, os bailarinos ou coreógrafos deverão mostrar ao espectadores da Cidade de Maputo o que vinham trabalhado durante o “confinamento”.

Conforme explicou Quito Tembe, Director do KINANI, “ao nível nacional e internacional focalizamo-nos num programa mais versado para este sentido de sair de casa e trazer mais propostas diferentes do que estamos habituados a ver”. Por exemplo, propostas que são consequências do que foi para os artistas o “confinamento” imposto pela COVID-19. Tembe acrescentou: “Para nós, juntar companhias nacionais e estrangeiras é um regresso das artes cénicas”. Tal regresso, garantiu o promotor artístico, irá acontecer com um programa leve, que vai permitir que as pessoas vejam os espectáculos de forma segura.

Todos os 20 espectáculos agendados para esta edição do KINANI irão ser apresentados em palco com presença do público, isto é, nada de versões online. Caso contrário, se por um motivo qualquer os centros culturais voltarem a encerarem para artes cénias ou performativas, o festival será cancelado. Quito Tembe, mesmo prevendo que isso não irá acontecer, adianta: “Quando se fala de arte performativa, não faz sentido que não seja presencial”.

O programa do KINANI estará direccionado a praças públicas, mas sem aglomerar pessoas de forma insensata. O objectivo da organização também é proporcionar um evento ao ar livre, sem excluir os espaços e as salas tradicionais: Centro Cultural Franco-Moçambicano, Teatro Avenida, Cine Scala e Quarto Andar, com performances e instalações.

Entre os países que irão participar nesta edição, destaca-se a Indonésia. “Teremos uma presença de peso de Jacarta ao nível de instalação performativa. Criamos esta ponte Maputo-Jacarta, em que vamos fazer vários encontros virados para esta nova parceria, com um movimento de artistas de Moçambique para Indonésia e de Indonésia para Moçambique. Teremos um projecto dos EUA virado para jardins e espaços abertos, um projecto de Alemanha para o Quarto Andar e outro do Benin, com um coreógrafo que já esteve cá”.

Portanto, os artistas estrangeiros, inclusive de Portugal, irão juntar-se a nacionais, como Yuck Miranda, Edna Jaime e Rosa Mário. “Contamos receber muitos profissionais que virão para ver o que estamos a produzir. Será uma semana com programação extensa”.

 

Sobre o risco de fechar…

Há um risco de a edição 2021 do KINANI ser cancelada, caso as medidas preventivas contra a COVID-19 endureçam? Quito Tembe não quer pensar em gerir riscos, mas oportunidades. “Esta ansiedade de termos o festival não é só nossa, como organizadores. Maputo ressente-se da falta de encontros artísticos e precisa de arte para que não tenhamos filas enormes de doentes mentais. A arte é importante e não a devemos travar”.

Ano passado, ao contrário do previsto, os artistas não kinaram (do rhonga, não dançaram em português). Para a organização, “foi um ano em que não oferecemos o que temos à Cidade de Maputo. Um encerramento e uma reabertura sem medidas de suporte aos artistas significa uma cadeia de valores parada”. Esta afirmação não é nova, evidentemente, já foi dita de várias formas nos últimos dois anos. Entretanto, Quito Tembe recorreu à mesma afirmação para sustentar que os artistas encontram no KINANI, kinando, uma plataforma para se exporem ao mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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