No dia em que se celebra a paz e reconciliação nacional, elementos que nos últimos anos têm sido beliscados de forma contínua por fenómenos como o terrorismo em Cabo Delgado e os ataques armados no centro do país, Luísa Diogo, antiga primeira-ministra, apontou a falta de união entre os moçambicanos como o factor que dificulta a efectivação da paz em Moçambique.
“Tem havido mensagens destoantes por parte dos moçambicanos e isso não é bom. Em nenhuma parte do mundo um país foi atacado e as pessoas se dividiram”, disse Luísa Diogo, este domingo, a jornalistas depois de assistir à cerimónia de deposição de cora de flores na praça dos heróis moçambicanos, por ocasião da celebração do Dia da Paz [04 de Outubro 1992/2020].
Luísa Diogo salientou que “se nos dividimos sucumbimos como Nação”, e “todas as nações quando estão em dificuldades como os ataques unem-se”.
Ainda sobre a necessidade da paz efectiva no país, Roque Silva, secretário-geral da Frelimo, que também esteve presente nas cerimónias centrais do Dia da Paz, na praça dos heróis em Maputo, assegurou que o partido está empenhado na promoção de mensagens contra o terrorismo por exemplo.
Todavia, Roque Silva reconheceu que entre alguns membros do partido, e até entre quadros sonantes da formação política, tem havido mensagens divergentes quanto à abordagem sobre o terrorismo em alguns distritos do norte da província de Cabo Delgado.
“O princípio da liberdade de expressão existe dentro e fora do partido Frelimo. A Frelimo respeita a opinião das pessoas. Mas, o mais importante é que a Frelimo tem princípios”, disse Roque Silva, para quem a “opinião pessoal de qualquer quadro sonante do partido não deve ser confundida com aquilo que são princípios e linhas de orientação” desta formação política.