O País – A verdade como notícia

Líderes religiosos escalaram Praça da Paz e oraram pelas vítimas de violência no País

Foto: O Pais

Depois da cerimónia na Praça dos Heróis, líderes religiosos e outros estratos da sociedade juntaram-se na Praça da Paz, para orar por Moçambique e condenar todo tipo de violência no país.

Mais uma vez, líderes religiosos, crentes, políticos e organizações dirigiram-se à Praça da Paz, na Cidade de Maputo, para mais do que celebrar o Acordo de Roma, lembrar e orar por todos os moçambicanos submetidos a situações de violência.

“Oramos pelo fim de todo tipo de violência no país, para que possamos ver as nossas crianças de ambos os sexos a passear e a brincar pelas praças das nossas cidades, vilas e aldeias sem medo de serem raptadas, violadas ou mortas”, disse em oração Felicidade Chirindza do Conselho Cristão de Moçambique, mensagem que foi fortificada pelo Bispo Dinis Matsolo que, para ele, “a violência está presente nas nossas casas, famílias e ela enferma grupos sociais vulneráveis como crianças e pessoas idosas que são abusadas, violentadas e acusadas de feitiçaria por pessoas que as deviam proteger”, referiu.

Por sua vez, a Comunidade de Santo Egídio, que mediou os Acordos de Paz, mostrou-se preocupada com o drama humanitário imposto pelo terrorismo.

“Estamos magoados pelo nível de violência que enferma Cabo Delgado, pelo drama em que vivem milhares de famílias deslocadas. São várias pessoas que são obrigadas a deixar as suas casas e tudo o que possuem para fugir da guerra”, referiu Maria Turini.

Já as Nações Unidas reiteraram total disponibilidade de apoiar Moçambique no processo de pacificação. “Neste dia importante, as Nações Unidas renovam o compromisso com o diálogo como um meio de promover a paz a harmonia a reconciliação nacional e desenvolvimento sustentável para todos no país inteiro. Assegurar o desenvolvimento sustentável inclusivo e a paz duradoira para Moçambique mais pacífico e próspero”, disse a representante daquela organização.

Em representação do Executivo, Filimão Suaze, vice-ministro da Justiça, defendeu que as diferenças não devem ser razão para a intolerância entre os moçambicanos. “A construção da paz duradoira requer respeito pelo primado da lei e a necessidade dos cidadãos, partidos políticos e outras forças vivas da sociedade desenvolverem as suas actividades sem recurso à violência, mesmo em situação de divergência de opiniões sobre determinados assuntos”, defendeu.

Além das orações, os presentes no encontro reiteraram a necessidade de haver um diálogo permanente.

 

CRENTES APONTAM AMBIÇÃO COMO RAZÃO PARA CONFLITOS

Presentes na Praça dos Heróis, crentes de diversas igrejas oraram junto aos líderes presentes. Na ocasião, lamentaram que, volvidos 29 anos dos Acordos de Roma, o país não tenha uma paz efectiva.

“Esses episódios de violência vão beliscando a paz que todos os moçambicanos anseiam. O que temos vindo a acompanhar na zona Centro e Norte é reflexo de ambição. O homem quando é ambicioso, quando começa apensar mais em si, não vê mais ninguém se não em si próprio”, defendeu Gil Mandlate.

Além da ambição, a idolatria é outro mal que pode estar a colocar o país num ciclo de conflitos. “O Acordo foi assinado há 29 anos, mas nunca vivemos uma paz permanente e imaculada. O que falta é Moçambique e os moçambicanos pedirem perdão a Deus. Vivemos um momento de muita idolatria e onde há idolatria Deus não ouve as nossas orações”, disse Quintília Nicolau, outra crente.

Os mais novos também estiveram no local e mostraram que conhecem o valor da paz. Os crentes vincaram a necessidade de os líderes políticos buscarem sempre estabelecer consensos para evitar instabilidade no país.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos