O presidente da União Africana (UA), Azali Assoumani, defendeu esta segunda-feira uma “competição positiva” entre a Europa e a China pelos investimentos em África e alertou que o elevado nível de endividamento está a impedir os países de investirem.
“Sinceramente, temos um passado bastante difícil com os nossos vizinhos europeus, gerimo-lo com alguma dificuldade, e quando a China apareceu, aprendeu todas as licções e foi assim que passou a desempenhar um papel muito importante em termos de investimento”, disse Assoumani durante o conjunto de reuniões no âmbito do Compacto do G20 com África.
Azali Assoumani assegurou que “tudo está a mudar, e estamos a tentar corrigir os erros”.
Durante uma conferência de imprensa em Berlim, citado pelo Observador, o responsável disse que é preciso uma concorrência positiva entre a China e a Europa, considerando que não existe monopólio em lado nenhum, todos têm o seu lugar”.
“O problema que por vezes temos em África é que não podemos investir porque estamos a pagar dívidas”, vincou.
Assoumani falava durante uma conferência de imprensa à margem do fórum Compacto do G20 com África, dedicado à promoção do investimento privado neste continente, uma iniciativa lançada pela Alemanha em 2017, durante a sua presidência do G20.
A China é um dos principais investidores no continente africano, sendo Angola um dos principais beneficiários deste investimento, e é, ao mesmo tempo, um dos maiores fornecedores de petróleo para o gigante asiático.