O País – A verdade como notícia

Lição aprendida: INATRO quer reassumir impressão das cartas de condução

Foto: O País

O Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATRO) quer voltar a assumir a impressão das cartas de condução e evitar os constrangimentos provocados pelo diferendo que teve com a Brithol Michcoma. Para o efeito, a nova provedora da carta de condução, uma empresa alemã, só terá a função de garantir assistência técnica e a manutenção dos equipamentos.

O Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATRO) parece ter aprendido a lição e não quer voltar a depender de terceiros para produzir a carta de condução. Para o efeito, rubricou um contrato com a nova operadora, a alemã “Muhlbauer”, que lhe permite melhor controlo dos processos de produção e impressão deste documento. Isto é, à empresa contratada foram compradas as máquinas de impressão, cabendo a esta a montagem, manutenção e assistência técnica.   

“O INATRO já teve uma experiência de impressão das cartas no passado. Temos técnicos qualificados para o efeito. As máquinas montadas na fábrica, dentro das nossas instalações, são operadas pelos nossos técnicos com assistência da operadora. Isto é, eles estão a transmitir os conhecimentos aos nossos técnicos para que a nossa instituição tenha capacidade de controlar toda a cadeia, para que, no futuro, seja o Estado moçambicano a controlar todo o processo”, iniciou Napoleão Sumbane, chefe do departamento de projectos.   

Cerca de oito meses depois da paralisação da emissão deste documento, resultante do diferendo com a antiga provedora, a Brithol Michcoma, a entidade recebeu a nossa equipa para apresentar uma carta de condução com nova cara e novos elementos de segurança.

CARTA COM MAIS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA

“A nova carta de condução apresenta características visuais diferentes, nomeadamente, a cor e a disposição da identificação do condutor, além do aumento dispositivos de segurança de 13 para 24. Os aspectos mais visíveis a olho nu são o nome do proprietário da carta por cima da fotografia, o código de barras que na carta anterior estava no verso e na nova aparece na parte frontal. Também introduzimos o nome da instituição reguladora (INATRO) e colocamos um relevo diferenciado no número do Bilhete de Identidade, sendo que o utente pode sentir a numeração através do tato”, explicou.    

As duas máquinas de impressão adquiridas pelo INATRO à empresa alemã têm capacidade para produzir cerca de 9 800 cartas de condução por mês, muito acima da demanda que é de três mil a cinco mil por mês.

RETOMA DA IMPRESSÃO PROVOCA ENCHENTES E VELHAS RECLAMAÇÕES

Depois do anúncio da retoma da impressão das cartas de condução, vários utentes correram à delegação da Cidade de Maputo para renovar as suas cartas e à sede do INATRO para levantar os seus documentos. Na delegação da cidade capital, foram muitos os utentes que se deslocaram àquelas instalações à procura de renovar as cartas, mas os utentes queixaram-se da demora no atendimento.

“Estive aqui ontem (segunda-feira) e recomendaram-me que viesse hoje (terça-feira) entre às 8h00 e às 12h00 para entregar a minha carta de condução caducada para tratar um novo documento. Retornei hoje (terça-feira) às 9h00 e o segurança simplesmente disse-me que tinha que me deslocar ao Zimpeto. Isso é injusto”, lamentou Tony Mulungo, um posicionamento que foi reiterado por José Lucas.

“Lamentavelmente, este é o cenário a que estamos a assistir. Estou há três dias a tentar renovar a minha carta de condução. Sinto que há problemas de comunicação. Quando o utente chega, não lhe é facultada toda a informação. Só te apercebes já aqui que tens de ir a um outro local para depositar o valor e isso é desgastante.”

Face a esse cenário, o INATRO diz que está em processo de mudanças e que as demoras serão resolvidas. “A instituição está em transformação. O processo é complexo. Estamos a trabalhar para melhorar os nossos serviços e estamos a trabalhar para aprimorar mecanismos internos e o atendimento ao público. Com a disponibilização deste novo serviço de impressão das novas cartas de condução, já sabíamos que isso produziria o aumento da demanda, mas estamos a trabalhar para melhorar os nossos procedimentos para reduzir demoras”, explicou-seNapoleão Sumbane.

Já na sede, local onde se levanta o documento, registou-se afluência de utentes que pretendiam ter a nova carta de condução. A sua maioria considera o processo rápido.

A entidade reduziu a validade da carta provisória de três meses para 30 dias e garante ter capacidade para responder a possíveis pressões.

“Para o efeito, estamos a usar SMS para informar os nossos utentes sobre a emissão das suas cartas. Estamos preparados para enfrentar situações de maior procura, porque os bilhetes estão a ser emitidos aqui, na nossa sede, e temos capacidade para entregar a carta de condução em 30 dias”, terminou Sumbane.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos