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Lançado clube de petróleo em Maputo 

Especialistas em Petróleo e Gás defendem que Moçambique deve adoptar metodologias próprias para a transição energética, uma vez que a maior parte da energia produzida é renovável. Os especialistas falavam, nesta sexta-feira, em Maputo, durante o Lançamento do Clube de Petróleo, uma ferramenta de partilha de experiências entre actores do sector energético.

A transição energética é um processo irreversível e Moçambique não está alheio a esta realidade, porém especialistas defendem que o País deve adoptar uma metodologia própria.

“Porque a maior parte dos países que hoje fala de transição, e fazem muito bem, porque o ambiente precisa, estão numa fase da exploração dos seus recursos extremamente avançada e apanham Moçambique no início desta actividade (…) Será que é justo falar que Moçambique se deveria focar neste assunto de transição energética ou deveria aproveitar esta janela de oportunidade que tem, que eu acredito que é uma das grandes oportunidades que Moçambique tem para realmente sair da situação do país de rendimento que temos, para um país de rendimento de classe média”, disse  Quincardete Lourenço, Investigador.

A ser feita, entende o investigador Milagre Manhique, deve se ajustar à realidade de cada País. “ A África do Sul tem o desafio de sair do carvão para gás e depois, se calhar, migrar para fontes mais limpas, enquanto Moçambique já começou numa fonte mais limpa. Ou seja, a marcha que deve ser feita para o processo de transição energética deve ser olhada como o tema também do Clube de Petróleo”, explicou Rudêncio  Morais, especialista em Petróleo e Gás.

No entanto, os países africanos apresentam um desalinhamento de interesses opostos, conforme defende o Director Geral da agência nacional de Energia Atómica . Será que aqui, ao nível da região África do Sul, todos os países da SADC não estão em condições de tirar o dinheiro que é necessário para construir o Mphanda Nkuwa, Por que nos investidores que estão a investir na causa quase nenhum país africano está lá (…)  Estamos na mesma região, temos os mesmos problemas, mas ainda não estamos a ter facilidade de encontrar soluções sustentáveis para os problemas da região”.

Os painelistas falavam nesta sexta-feira, em Maputo, durante a cerimónia de lançamento do Clube de Petróleo, uma entidade não governamental.

“Este lançamento ocorre num momento crucial em que Moçambique, tal como todo o continente africano, posiciona-se na linha da frente das discussões globais sobre transição energética. Uma transição de energia justa, que reconheça as nossas realidades, proteja os nossos recursos, promova o desenvolvimento humano e integre de forma equilibrada as fontes tradicionais e renováveis”, afirmou a antiga ministra da justiça, Helena Kida.

A iniciativa apresenta-se como um mecanismo de promoção do sector de petróleo e gás.

“O Clube de Petróleo é uma plataforma neutra, inclusiva e estratégica dedicada à promoção de debates, formação de quadros, produção de conhecimento e articulação sectorial. Pautamos sempre pela divulgação de informação de qualidade. Aspiramos ser um centro de excelência e referência em Moçambique e em África”, explicou Octavia Nobre do Clube de Petróleo.

O evento reuniu membros do Governo, políticos, empresários do sector e estudantes.

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