O representante da La Liga, o principal campeonato espanhol de futebol, está em Moçambique para uma troca de experiência com a Liga Moçambicana de Futebol e avaliar o contributo que pode ser dado pelo organismo espanhol para o desenvolvimento do futebol no país. Acompanhe abaixo o extracto da entrevista:
Qual é o motivo da visita a Moçambique?
O motivo da visita é termos um primeiro contacto com o país, conhecer o que está a acontecer em diferentes vertentes e avaliarmos como podemos ter um contributo importante ao nível do Moçambola e do desporto no geral. Achamos que África é um continente muito jovem e o desporto é uma das áreas a ser explorada pelos jovens.
Há espaço para um intercâmbio com a nossa Liga Moçambicana de Futebol?
Uma das coisas mais importantes num campeonato é a existência de uma liga independente, e a partir daqui é mais fácil, para nós, trabalhar com uma liga que já está estabelecida. É um Moçambola que já tem 16 anos e acho que o facto de já ter uma liga bem organizada, como tal, vai fazer as coisas muitas muito mais fáceis para termos um contributo importante cá em Moçambique.
Algum encontro marcado com a Liga Moçambicana de futebol?
Hoje vamos ter um encontro com o presidente da Liga Moçambicana de Futebol para nós, La Liga, compreendermos melhor quais são as necessidades da Liga Moçambicana e a partir daqui avaliarmos se seria possível estabelecer algumas vias de colaboração e cooperação.
O que você traz para oferecer a Liga Moçambicana de Futebol?
O que nós fazemos é ouvir as ligas. Porque cada caso é diferente. Nós estamos a ouvir as necessidades e a olhar e avaliar onde podemos trabalhar. O mais importante não é só chegar e oferecer algo à liga, mas o mais importante é compreender quais são as necessidades e a partir daqui desenvolver soluções sob medida para caso particular.
Porquê a escolha por Moçambique?
Primeiro porque é um país muito jovem para desenvolver projectos desportivos. Como já havia dito, o desporto é uma via importante, é uma plataforma importante para o desenvolvimento de jovens. É um país que tem uma paixão forte pelo futebol e também porque sabemos e temos ouvido que existem muitos torcedores da La Liga e essa vontade de querer melhorar e dar consistência a uma liga que já está consolidada como o Moçambola, isso faz com que Moçambique seja um país muito grande e de grande interesse para a La Liga.
Tem referências de jogadores moçambicanos na La Liga depois de Simão Mathe?
Por enquanto não temos grandes referências, mas é importante que tenhamos um contributo ao nível de formação de atletas e de jogadores para no futuro termos algum jogador, algum craque moçambicano na LaLiga.
Olhando para a qualidade do jogador moçambicano, é possível termos jogadores nossos na La Liga?
É possível termos jogadores moçambicanos na LaLiga. Não posso falar de prazos, mas é importante fazer algum trabalho ao nível da formação. O problema que um jogador africano tem, actualmente, é que tecnicamente é bom jogador, mas ao nível táctico já não tem tido bons resultados. É preciso que haja uma boa formação. Os formadores, os treinadores, devem ensinar o jogador o aspecto colectivo e táctico, que é a principal diferença que existe com o futebol europeu de formação. Acho que se o jogador moçambicano consegue ter essa visão, consegue perceber a vertente táctica do jogo, vamos ter muitos jogadores moçambicanos na Europa, no futuro.
O que acha do torneio continental, o CHAN, que decorre no Marrocos?
É um torneio importante para muitos clubes, não só na Espanha mas para muitos clubes europeus porque é lá onde podem encontrar muitos jovens talentosos. É uma plataforma importante para a exposição dos jovens africanos e procurarem oportunidades na Europa. Não tenho informações sobre o que acontece no CHAN, mas de certeza que algum clube espanhola está lá para observar.