Um tribunal militar na República Democrática do Congo iniciou o julgamento do ex-presidente Joseph Kabila, acusado de traição e uma série de crimes graves ligados ao seu suposto apoio ao grupo rebelde M23.
A audiência foi realizada no distrito de Gombe, em Kinshasa, mas Kabila não estava presente, pois está actualmente fora do país e a ser julgado à revelia. As acusações contra o ex-presidente incluem assassinato, tortura, estupro e conspiração para derrubar o governo.
As autoridades alegam que Kabila apoiou os rebeldes do M23, que tomaram grandes áreas de território no leste da República Democrática do Congo (RDC). Kabila negou anteriormente qualquer vínculo com o grupo.
Kabila governou a RDC por 18 anos, antes de entregar o poder a Félix Tshisekedi em 2019. No entanto, as relações entre os dois se deterioraram em 2020, depois que Tshisekedi rescindiu o acordo de partilha de poder. Kabila partiu para a África do Sul.
Em Maio, Kabila retornou à RDC e visitou cidades sob controlo do M23, uma atitude que irritou as autoridades, que, posteriormente, suspenderam sua imunidade como senador vitalício para permitir seu processo.
O caso atraiu a atenção nacional, com muitas pessoas a acompanharem de perto o desenrolar do julgamento. O processo foi adiado até 31 de Julho.
Os aliados de Kabila, como Ferdinand Kambere, acusam o governo de dupla moralidade, afirmando que o tratamento dado ao ex-presidente é desproporcional em relação ao acordo de paz com os rebeldes.