Jorge Dias é o artista vencedor da 4ª edição do programa de Residência Artística para Artes Visuais e Fotografia, em Lisboa, de acordo com uma nota enviada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
Concebido ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, o programa destina-se a artistas visuais e/ou fotógrafos, de nacionalidade moçambicana ou residentes em Moçambique, há mais de dez anos, que já tenham currículo na área e pretendam desenvolver um projecto coerente, consistente com o seu percurso artístico, pertinente na proposta de relação com a cidade de Lisboa e com reconhecido interesse no âmbito da arte contemporânea, informa o documento daquela instituição.
O Júri constituído por Jürgen Bock (curador independente convidado), Manuel Veiga (Câmara Municipal de Lisboa) e Alexandra Pinho (Camões – Centro Cultural Português em Maputo) avaliou onze candidaturas, uma das quais da cidade da Beira, e decidiu por unanimidade seleccionar a proposta de trabalho de Jorge Dias, pelo excelente currículo e mérito de trabalho desenvolvido ao longo da carreira artística, mas também pela sua pertinência e adequação à lógica de criação artística contemporânea que se pretende privilegiar neste programa.
O Júri considerou que a proposta de trabalho apresentada, constitui um efectivo projecto de pesquisa e questionamento, demonstrando um elevado grau de maturação e coerência com o percurso artístico do candidato.
Jorge Dias estudou Cerâmica na Escola Nacional de Artes Visuais, em Maputo, e Escultura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil). É membro fundador do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique – MUVART e, actualmente, é director e docente na Escola Nacional de Artes Visuais, na capital do país
Dias Expõe regularmente desde inícios da década de 1990, tendo realizado exposições individuais em diversas instituições, entre as quais se destacam as seguintes: Museu Nacional de Arte (com Gemuce, Maputo, 2005); Centro Cultural de Lagos (com Nelson Leirner, Lagos/Portugal 2005); Centro Cultural Franco-Moçambicano (Maputo, 2007 e 2015); Camões – Centro Cultural Português (Maputo, 2010); Espaço Fundação PLMJ (com Lino Damião, Lisboa/Portugal, 2012), Mediateca do BCI (Maputo, 2014), Plano das Coisas (Maputo, 2017).
O artista participou em várias exposições colectivas, entre as quais se destacam: Réplica e Rebeldia (2007); Lisboa-Luanda-Maputo na Galeria Torreão Nascente da Cordoaria Nacional (2007); Anganza África na October Gallery (2008); Bienal de S. Tomé e Príncipe (2008); Africa Now na Sede do Banco Mundial (2009); África 2.0 na Influx Contemporary Art (2012).
Igualmente, Dias trabalhou como curador no Museu Nacional de Arte, em Maputo (2007-2010), e participou, também na área da curadoria, em vários projectos a nível nacional e internacional, entre os quais se destacam: Feira de arte ARCO´06 (Madrid/Espanha, 2006); Feira de Arte Lisboa (Lisboa/Portugal, 2004 e 2008); Expo Arte Contemporânea Moçambique (Maputo, 2004/06/08/10); como co-curador na Bienal TDM A Máquina Que Queria Voar (Maputo, 2007) e na Bienal TDM Espaços de Hoje: desafios e limites (Maputo, 2009).
Escreve sobre a produção da arte em Moçambique desde 2003 e contribui para a teorização das produções mais recentes, tendo publicado artigos nos jornais Notícias, Meianoite e O País, no blog do MUVART e na revista Artecapital (Portugal).
Jorge Dias será o artista em residência em Lisboa, entre 1 e 31 de maio de 2018.