O pesquisador defende a criação e melhoria de serviços básicos nas zonas afectadas pelo terrirismo antes que se avance com as negociações com os insurgentes. João Feijó diz que, antes das negociações, devem ser auscultadas as multinacionais e o Estado moçambicano.
Num contexto em que se prepara uma delegação para a criação de espaço de diálogo entre o Governo e os terroristas que assombram Cabo Delgado desde 2017, o pesquisador João Feijó defende a necessidade de auscultar, antes de tudo, a liderança do país e a TotalEnergies que opera na zona dos ataques.
O pesquisador entende que, na parte da multinacional, devem ser colhidas as exigências para a retoma das actividades de exploração do gás. Da parte do Estado, há reformas que devem ser feitas, segundo sugere Feijó.
“Uma descentralização administrativa, uma descentralização financeira seria uma solução para dar mais autonomia aos governos distritais e aos administradores dos distritos para depois terem as condições para implementar algumas reformas. Isso passa também pelo reforço do Estado de Direito. O acesso à justiça é muito limitado em grande parte deste pais”, disse Feijó.
Sobre os recentes ataques em Mocímboa da Praia, Feijó diz que pode ser por influência do Estado Islâmico, em repúdio aos ataques ao grupo Hamas, o que mostra a ligação que existe entre os grupos extremistas.