Seis horas depois da sua aparição para uma entrevista na televisão pública sul-africana, SABC, onde reagiu, pela primeira vez, a cerca da pressão para a sua renúncia, Jacob Zuma apareceu em directo do seu gabinete de trabalho, para o seu derradeiro discurso a nação.
A intervenção, que durou pouco mais de 15 minutos, começou com uma explicação sobre os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente, a decisão do Conselho Nacional do ANC que, em reunião extraordinária, decidira exortar o então chefe de estado, a renunciar ao cargo, e caso não o fizesse, seria forçado a fazê-lo, pela força de uma moção de censura (não confiança) pelo parlamento, que estava agendado para esta quinta-feira.
O ex-estadista voltou a manifestar o seu inconformismo pela posição que era tomada pelo seu partido; a falta de explicação sobre o que terá feito de errado, manifestou o seu reiterou o seu respeito a Constituição; o seu desejo de uma transição pacífica do poder para Cyril Ramaphosa; e por fim, deu o seu último suspiro como Presidente.
“Anuncio a minha renúncia do cargo de Presidente da República da África do Sul, com efeitos imediatos” disse, no final da sua intervenção.
Segundo explicou, não foi a ameaça do parlamento que determinou a sua decisão.
“Não tenho medo de qualquer moção de censura; Não tenho medo de qualquer impeachment”, disse Zuma, durante a sua comunicação.
Segundo deu a entender, a decisão terá sido motivada pela necessidade de preservar a integridade do partido, perante a violência e divisão que estava a acontecer.
“Ninguém merece morrer em meu nome. O partido não se deve dividir por minha causa” destacou.
Jacob Zuma cumpria agora o seu segundo mandato como Presidente da África do Sul.
Deixa o poder nas mãos do seu então vice-presidente da República, Cyril Ramaphosa, que deverá ser anunciado hoje como seu sucessor na chefia do Estado.