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Já há uma rede social exclusivamente para estudos no país

Foto: O País Económico

Daniel Ngovene é um moçambicano que, na falta de emprego e ocupação, identificou uma oportunidade de negócio. O Jovem criou a Filoschool, uma plataforma que garante assistência a estudantes na resolução de exercícios, testes e exames nacionais.

Cresce o número de pessoas interessadas em se formar no país, de acordo com dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. Para concretizar os seus objectivos, os estudantes recorrem a centros de capacitação, ou simplesmente “explicação”.

Daniel Ngovene, formado em Filosofia pela Universidade Eduardo Mondlane, dedica a maior parte do seu tempo a esclarecer dúvidas a estudantes, mas não de forma comum. O jovem fá-lo digitalmente, através da plataforma Filoschool.

“É uma rede social online, em que qualquer pessoa pode expor ou esclarecer dúvidas, assim como arranjar oportunidades de trabalho. Mas o nosso foco sempre será criar um espaço a que as pessoas possam recorrer para suprir as suas necessidades académicas”, disse Daniel Ngovene, fundador da Filoschool.

O jovem conta que a ideia de criar a plataforma surgiu da necessidade de conciliar a faculdade em Maputo com a tarefa de explicar a estudantes residentes em Gaza, sua terra natal.

“Eu costumava preparar alunos em Gaza para fazer exames, mas, quando saio de lá para estudar em Maputo, na Universidade Eduardo Mondlane, houve a necessidade de continuar a assistir os alunos. Atarefado com a faculdade, não podia fazê-lo através de plataformas comuns, por isso criamos a edtech Filoschool, em que os estudantes podem estar mais à vontade”, acrescentou.

A filoschool é incorporada ao ensino por meio de produtos, aplicações e ferramentas. Dentro dos conteúdos está a possibilidade de ter perguntas respondidas de testes, exames da 10ª e 12ª classes, exames de admissão à Universidade Pedagógica de Maputo, Universidade Eduardo Mondlane e Instituto Superior de Ciências de Saúde.

“Sinto que estamos a contribuir para a formação de novos quadros no país e integração de novas modalidades de ensino, falo concretamente das plataformas digitais. Na sala de aula, é um pouco difícil o professor explicar tudo, mas na aplicação é possível explorar um pouco de tudo, consoante as dúvidas que forem apresentadas”, afirmou Daniel Ngovene.

A plataforma foi lançada em 2020 e já assistiu cerca de seis mil estudantes em todo o país.

“Tivemos a necessidade de reestruturar a aplicação com alguns especialistas, porque estava desorganizada. Antes da reforma, já tínhamos recebido cerca de quatro mil alunos de todo o país. Agora, contabilizamos pouco mais de seis mil subscrições”, avançou o jovem fundador da Filoschool.

Daniel Ngovene revela ainda que a grande barreira tem sido a disponibilidade de rede de internet, atendendo que o país observa fraca literacia digital.

“A adesão à aplicação é maior, mas temos tido dificuldades por causa da disponibilidade de internet. Os estudantes pedem, muitas vezes, para respondermos pelo WhatsApp, onde a exigência de rede móvel, por vezes, é dispensável. Infelizmente, não aceitamos, porque o nível de concentração é baixo devido à complexidade da rede social”, explicou.

A plataforma conta com profissionais devidamente formados nas diferentes universidades públicas do país.

“Todos os explicadores registados na plataforma foram formados nas universidades públicas do país e têm alguma experiência como professores em instituições de ensino. Para aqueles assuntos que não conseguimos explicar, pedimos ajuda aos que podem entender melhor. O pagamento pelos serviços, no momento, não é obrigatório, mas brevemente poderemos começar a cobrar a taxa de 200 Meticais, para garantir a sustentabilidade da plataforma”, acrescentou.

O acesso ao Filoschool pode ser feito pelo computador ou pelo celular, descarregando a aplicação no PlayStore. O utilizador tem a possibilidade de fazer perguntas sobre qualquer assunto digitando no teclado do celular ou capturando as questões com a câmara. Depois disso, poderá aguardar até que os professores ou explicadores respondam à questão, enquanto busca outras questões já resolvidas por estudantes.

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