A República da Itália reafirmou a sua determinação em apoiar Moçambique no sector da saúde, através da Aliança Global para Vacinas (GAVI). O compromisso foi anunciado pela primeira-ministra do país europeu, Giorgia Meloni, durante a recente Cimeira da GAVI, em resposta ao apelo formulado pelo Presidente da República, Daniel Chapo
O Governo italiano assegurou um contributo de 250 milhões de euros, o equivalente a perto de 19 mil milhões de Meticais, para o período 2026-2030, valor que representa um aumento de 25 por cento em relação ao ciclo anterior.
Esta decisão reforça o papel da Itália como um dos principais doadores da GAVI e sublinha a importância da cooperação bilateral na promoção da saúde pública em Moçambique.
O Presidente da República, Daniel Chapo, destacou que “as valiosas contribuições da Itália através da GAVI têm sido determinantes na expansão da cobertura de imunização em Moçambique e na redução das disparidades em saúde”.
Recordou ainda que, nos últimos anos, o país enfrentou desafios severos que ameaçaram os ganhos que já tinham sido alcançados no domínio da saúde pública. “Moçambique tem enfrentado um aumento do número de crianças não vacinadas devido a múltiplas crises, incluindo a Covid-19, sucessivos eventos extremos, como ciclones, e surtos de cólera, pólio e sarampo. Além disso, a malária continua a ser um desafio nacional, responsável por um terço de todas as mortes e por quase metade das mortes de crianças com menos de cinco anos”, frisou.
Apesar destas adversidades, Chapo sublinhou os progressos obtidos graças à parceria com a GAVI, que “está a ajudar Moçambique a retomar o caminho certo”.
Moçambique foi um dos primeiros países a aprovar o seu Plano de Recuperação no âmbito da campanha “Big Catch-Up”, e os progressos iniciais no alcance dos mais vulneráveis, em especial as “crianças sem qualquer dose”, são encorajadores.
“Contudo, não podemos avançar sozinhos. Um financiamento pleno da GAVI é essencial para o sucesso contínuo, e esperamos poder contar com o forte apoio de Itália para o seu período estratégico 2026-2030.”
O Chefe do Estado moçambicano realçou ainda o impacto transformador da GAVI a nível global, lembrando que, desde a sua fundação, há 25 anos, a iniciativa ajudou a vacinar mais de 1,1 mil milhões de crianças, salvando mais de 18,8 milhões de vidas.
Na sua próxima fase, a organização prevê proteger mais 500 milhões de crianças, das quais mais de 60 por cento em África, e salvar oito milhões de vidas adicionais.
Nesse sentido, o Presidente da República destacou o papel dos países africanos na sustentabilidade do modelo, referindo que os beneficiários irão financiar mais de 40 por cento dos seus próprios custos com vacinas e que, até 2030, sete países africanos deverão transitar para uma situação em que já não necessitam do apoio da GAVI, o que demonstra a robustez do modelo.