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Investimentos para o sector agrícola no país custam USD 4,5 mil milhões

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O Presidente da República disse, durante uma conferência em Senegal, que o sector público do país precisa de 2,9 mil milhões de Meticais para investir em infra-estruturas agrárias, num período de cinco anos. Filipe Nyusi destacou que o privado carece de 1,6 mil milhões de Meticais para investimentos.

O Presidente da República visitou, nos últimos dois dias, o Senegal a convite do seu homólogo e Presidente em exercício da União Africana (UA), Macky Sall, para participar na segunda edição da Cimeira sobre Alimentação em África, Dacar 2, que teve como lema “soberania e segurança alimentar”.

A segunda edição da Cimeira sobre Alimentação em África é co-organizada pelo Presidente do Senegal e Presidente em exercício da União Africana, Macky Salll, e pelo Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

Durante a Cimeira, os governantes debateram parcerias internacionais, desenvolvimento do sector privado, financiamento e tecnologias para os sistemas alimentares.

Na agenda, Filipe Nyusi levou como o principal ponto a mobilização de apoio financeiro para projectos de diferentes sectores do país, com destaque para agricultura, até porque fizeram parte da lista dos convidados para evento várias delegações de instituições financeiras internacionais do ramo.

No painel de alto nível, na cimeira, sobre a visão para o crescimento nas áreas de agricultura, integração regional, parcerias público-privadas e desenvolvimento de histórias de sucesso, o Chefe de Estado destacou as reformas no sector de agricultura, com destaque para a necessidade de se dar posse de terra à mulher, visando impulsionar a economia.

Apontou, igualmente, os avanços do Programa Integrado de Desenvolvimento Agrário (Sustenta), em implementação no país desde 2017, cujos resultados são considerados satisfatórios.

Na conferência de imprensa sobre o balanço da sua ida a Dakar, o Presidente da República defendeu a alocação de mais investimentos, para dinamizar a agricultura nas zonas rurais, onde é praticada por noventa por cento da população moçambicana.

Em valores reais, o Filipe Nyusi revelou que são 4,5 mil milhões de dólares necessários para viabilizar os programas de desenvolvimento económico, político e social, ao longo dos corredores do Norte, Centro e Sul do país, num período de cinco anos.

O valor deverá ser aplicado nas oportunidades de investimento no sector agrário para a promoção de negócios e desenvolvimento do agro-processamento naqueles corredores.

Do valor, 2,9 mil milhões de dólares servirão para a edificação de infra-estruturas nos seis corredores de desenvolvimento existentes, enquanto os restantes 1,6 mil milhões de dólares vão para o financiamento ao sector privado.

“Temos que agir agora, senão fica muito tarde. Precisa-se de um orçamento de 2,9 mil milhões de dólares para infra-estruturas para agricultura, como é o caso de projectos de irrigação. O BAD está, neste momento, em reunião para ver como vai fazer com os investimentos já iniciados na região sul do Limpopo. Também está calculado o valor de 1,6 mil milhões de Meticais para o sector privado”, avançou Filipe Nyusi, Presidente da República.

No encontro bilateral com o seu homólogo do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, além de questões ligadas a investimentos na segurança na região da SADC, Filipe Nyusi colheu experiência do país vizinho em matérias agrárias.

“Acredito que, ainda no segundo trimestre deste ano, teremos outros encontros para partilhar experiências, porque o Zimbabwe já está a avançar na produção de fertilizantes e trigo, face à situação da crise provocada pela guerra russo-ucraniana. Mas o nosso objectivo não é importar este trigo e sim produzir com base na experiência do Zimbabwe. Eles já têm a qualidade apurada, e as suas temperaturas são próximas às de Moçambique, por isso temos que pensar grande e ganhar coragem para avançarmos”, reiterou Filipe Nyusi.

Filipe Nyusi manteve, também, encontro com o Estadista queniano, William Ruto. Uma vez que esta foi a primeira reunião entre os dois presidentes após a eleição de Moçambique como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Ruto felicitou o país, mas o pano de fundo da conversa foram as trocas comerciais entre os dois países.

“Vamos priorizar as trocas comerciais e circulação dos nossos cidadãos. O Presidente Ruto terá que visitar Moçambique brevemente, onde vamos retomar a comissão mista que deve acontecer e os nossos ministérios estão a tratar a deslocação para assinaturas de cinco ou seis acordos que servirão para o funcionamento da nossa cooperação”, adiantou o Presidente da República.

O Governo esteve reunido com instituições financeiras e os parceiros de desenvolvimento internacional, que incluem o Banco Africano de Desenvolvimento, agência norte-americana USAID, agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), Aliança para Revolução da Zona Verde em África, onde foi apresentado o compacto de projectos para o país.

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