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Investimento russo à vista para o sector do gás

Há mais investimento à vista para o sector do gás e outras áreas dos hidrocarbonetos em Moçambique. O ministro dos Recursos Minerais, Max Tonela, manteve encontros com gigantes exploradoras da Rússia que disseram também querer tomar parte dos projectos.

A Zarubezhneft, uma das mais estratégicas multinacionais russas no campo da exploração do gás e, agora, uma das que querem estar entre os players que exploram o gás em Moçambique, foi a primeira a manifestar a intenção ao ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, que teve um encontro à porta fechada com os gestores.

O Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleos, Carlos Zacarias, acompanhou o ministro nos encontros. Na hora do balanço, disse que são trabalhos preliminares, mas de grande valia.

“Daqui esperamos ir para aspectos técnicos mais concretos para ver se fazemos alguma coisa”, disse.

E para “alguma coisa” há solo fértil em Moçambique. Em Novembro, será lançado o sexto concurso para prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos em 16 áreas.

“Essas empresas, a Zarubezhneft,  Rozhneft e Gasprom, foram convidadas para se juntar às oportunidades de investimento em Moçambique, incluindo no concurso que vamos lançar. A Rozhneft está um pouco mais avançada, pois tem a concessão de uma parte de Angoche”, afirmou.

Sobre o futuro e olhando para os projectos de pesquisa de recursos naturais, nota-se que Angoche, em Nampula, poderá ser a nova grande zona de exploração de hidrocarbonetos em Moçambique. Nesta região do país, foram identificadas seis áreas de prospecção e pesquisa do gás.

A entrada destas empresas no sector dos hidrocarbonetos em Moçambique significa mais investimento e mais expectativa, duas coisas que não são abaladas pelas decisões da COP 26 sobre as medidas globais para a redução dos gases fósseis e protecção do meio ambiente. Carlos Zacarias diz que haverá respeito pelas medidas internacionais, mas não se pode parar de explorar.

“Todos nós precisamos de reconhecer que somos parte do mundo e todos nós, incluindo as empresas, sofremos os impactos das mudanças climáticas. Estamos cientes de que esta é uma fase de transição, é necessário estudar todos os potenciais projectos à luz do que a COP 26 vai trazer. Todos nós estamos cientes disso”, avançou o PCA do INP.

A manifestação de interesse da Rússia em relação ao gás de Moçambique é antiga e este reforço chega numa altura de “retorno” das empresas que tinham parado os trabalhos nas áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma, devido aos ataques terroristas que já tiraram mais de duas mil vidas e deslocaram mais de oitocentas mil pessoas.

Esta volta das empresas é uma lufada de ar para as Pequenas e Médias Empresas que tinham firmado contratos com os megaprojectos e outras que foram vítimas do terrorismo. O Governo acelera o passo como pode para a retoma da vida económica em Cabo Delgado e toda a zona norte.

É nesse espírito que as empresas privadas foram incluídas nos esforços contidos no Programa de Reconstrução de Cabo Delgado que, apesar de partir com um grande défice, tem fortes promessas de apoio.

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