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Inundações em Cabo Verde já causaram oito mortes 

Chuvas em Cabo Verde fazem pelo menos oito mortos e deixam suspensa a distribuição de água em São Vicente, devido a uma inundação na estação de captação local. A responsável pela Proteção Civil da ilha de São Vicente dá ainda conta de três desaparecidos e 12 desalojados. O Governo cabo-verdiano decretou dois dias de luto nacional, iniciado na terça-feira.

“Sete são resultado das cheias e um foi eletrocutado. Temos três desaparecidos e um bom número de desalojados que estão a ser apoiados”, afirmou o vereador para a Proteção Civil, Ambiente e Saneamento da ilha de São Vicente, José Carlos da Luz, em declarações à Rádio de Cabo Verde, revelando que quatro das vítimas mortais são crianças.

O ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, confirmou à Rádio Renascença que não de outras nacionalidades.

As chuvas inundaram ruas, levantando pavimentos e arrastando carros à medida que espalhavam detritos. Há registo de danos materiais significativos, com casas, lojas e viaturas total ou parcialmente destruídas, tendo o executivo activado o Fundo Nacional de Emergência, o que “permitirá, num primeiro momento, afectar de forma extraordinária todos os recursos que forem necessários para apoiar as populações”, explicou o ministro, citado pela Renascença.

Segundo a imprensa internacional, houve muitas casas particulares e comércios afectados.A tempestade perturbou também a actividade turística, fazendo com que hotéis ficassem alagados.

Na ilha de São Vicente, entre as três e as quatro horas da madrugada de segunda-feira, registaram-se cerca de 163 milímetros de chuva por hora. Um valor que “excedeu de longe a norma para a ilha”, referiu Ester Brito, presidente do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) de Cabo Verde, citada pelo jornal Santiago Magazine, justificando a ausência de alerta para chuvas torrenciais com a falta de equipamentos.

“Utilizamos imagens de satélite e modelos de previsão, mas sem radares não conseguimos estimar a quantidade exacta de chuva que poderá cair”, explicou.

O comandante do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Major Domingos Tavares, confirmou não ter recebido qualquer aviso prévio por parte do INMG, situação que impediu a activação antecipada de mecanismos de prevenção.

Além da situação de calamidade nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, o governo cabo-verdiano decretou luto nacional de dois dias, a contar a partir de terça-feira.

Quanto ao presidente do país, José Maria Neves, destacou “a prontidão” dos serviços de proteção civil, bombeiros, polícia e cidadãos que participaram na assistência dada às vítimas.

Também Marcelo Rebelo de Sousa reagiu à tragédia em Cabo Verde, manifestando “profundo pesar”.

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