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Os presidentes da República Democrática do Congo e do vizinho Ruanda encontraram-se, ontem, no Catar, para suas primeiras conversas directas desde que os rebeldes do M23, supostamente apoiados por Ruanda, tomaram duas grandes cidades no leste do Congo, rico em minerais, no início deste ano.

O encontro entre o presidente do Congo, Felix Tshisekedi, e o presidente de Ruanda, Paul Kagame, para discutir a insurgência foi mediado pelo Catar, disseram os três governos em uma declaração. A agência estatal Qatar News Agency publicou uma imagem dos dois líderes africanos se encontrando com o xeque Tamim bin Hamad Al Thani, o emir governante da nação rica em energia.

Congo e Ruanda reafirmaram seu compromisso com um cessar-fogo imediato e incondicional, mas a declaração conjunta não ofereceu detalhes sobre como esse cessar-fogo seria implementado ou monitorado.

A cúpula ocorreu quando uma tentativa anterior de reunir o governo do Congo e os líderes do M23 para negociações de cessar-fogo falhou. Os rebeldes se retiraram na segunda-feira após a União Europeia anunciar sanções aos líderes rebeldes.

Um diplomata informado sobre a reunião disse que tanto Tshisekedi quanto Kagame haviam solicitado formalmente a mediação do Catar para as negociações, que o diplomata disse serem informais e visavam construir confiança em vez de resolver todas as questões pendentes. O diplomata falou com a The Associated Press sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar publicamente sobre o assunto.

As negociações de paz entre o Congo e Ruanda foram inesperadamente canceladas em dezembro, depois que Ruanda tornou a assinatura de um acordo de paz condicional a um diálogo direto entre o Congo e os rebeldes do M23, o que o Congo recusou na época.

O conflito no leste do Congo intensificou-se em Janeiro, quando os rebeldes apoiados por Ruanda avançaram e tomaram a cidade estratégica de Goma, seguida por Bukavu em Fevereiro.

Os Presidentes dos Estados Unidos e da Rússia concordaram com um cessar-fogo de 30 dias no conflito na Ucrânia, embora limitado a ataques contra alvos energéticos e infraestruturas, anunciou a Casa Branca.

Após uma conversa telefónica, Donald Trump e Vladimir Putin também acordaram iniciar as negociações de paz de imediato, indicou um comunicado da Presidência norte-americana, que elogia o “imenso benefício” de uma melhor relação entre Washington e Moscovo e o seu potencial para “enormes acordos económicos”.

No seguimento do telefonema, segundo escreve a DW, a Presidência russa indicou ter concordado em suspender os ataques às infraestruturas energéticas da Ucrânia durante 30 dias. Vladimir Putin “emitiu imediatamente a ordem correspondente aos militares russos”, referiu, em comunicado, o Kremlin.

O Presidente russo está pronto para “trabalhar com os parceiros norte-americanos numa análise completa das possíveis formas de chegar a um acordo, que deve ser abrangente, estável e duradouro”, acrescentou.

Apesar de ter sido excluído da conversa, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mostrou-se favorável a uma trégua de 30 dias com a Rússia nos ataques às infraestruturas e alvos energéticos, mas quer ver os detalhes com Washington.

Zelensky advertiu, por outro lado, que as condições estabelecidas por Putin para uma trégua alargada com Kyiv visam enfraquecer a Ucrânia e mostram que não está pronto para acabar com a guerra.

Na sua conferência de imprensa, Volodymyr Zelensky reafirmou que as tropas do Exército ucraniano continuam a combater na região russa de Kursk, apesar de anteriormente Moscovo ter indicado que estavam cercadas.

O Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, saiu de um ataque perpetrado pelo grupo terrorista Al-Shebab, que fez explodir uma bomba na passagem do seu comboio na capital, Mogadíscio. A informação foi confirmada por fontes oficiais.

De acordo com o secretário principal do chefe de Estado, Zakariye Hussein, Mohamud segue a direção à linha da frente para liderar e prestar apoio ao Exército Nacional da Somália na luta contra o terrorismo. “A batalha pela libertação da nossa nação prossegue com determinação inabalável, sem ceder ao medo e à propaganda. A Somália vencerá”, escreveu Hussein na rede social X.

O atentado ocorreu no bairro de Ceel-Gaabta, no distrito de Waaberi, provocando uma explosão violenta que destruiu um edifício próximo. Entre os escombros, os serviços de emergência resgataram o corpo do jornalista Mohamed Abukar Dabashe, que perdeu a vida devido ao impacto.

O grupo Al-Shebab reivindicou a autoria do ataque através de um comunicado, afirmando ter realizado uma “operação especial” contra o comboio presidencial quando este deixou o palácio e se dirigiu para o aeroporto da capital.

Após o atentado, pelo menos 17 jornalistas, de órgãos de comunicação locais e internacionais, foram detidos pelas autoridades no local da explosão. Segundo o Sindicato dos Jornalistas da Somália (SJS), os profissionais foram levados para uma esquadra, onde as suas câmaras foram confiscadas e todas as gravações apagadas. O sindicato condenou a

Desde Agosto de 2022, quando Mohamud declarou “guerra total” ao Al-Shebab, as forças governamentais intensificaram as operações militares contra o grupo terrorista, com o apoio de missões da União Africana e a colaboração

Os rebeldes do M23, que capturaram áreas importantes no leste da República Democrática do  Congo (RDC), ricas em minerais, anunciaram, na segunda-feira, que se estavam a retirar das negociações de paz, programadas para esta semana com o governo congolês.

O grupo citou as sanções internacionais impostas pela União Europeia aos seus membros como um grande obstáculo às discussões. O porta-voz do M23, Lawrence Kanyuka, também citou as ofensivas militares em andamento do exército do Congo como complicadores adicionais das negociações.

Os rebeldes consideraram as negociações, programadas para terça-feira em Luanda, Angola, “impraticáveis”. Apesar disso, o governo do Congo, que inicialmente rejeitou as negociações com o M23, confirmou que ainda participaria.

Segundo a porta-voz do Governo, Tina Salama, uma delegação congolesa já estava em Luanda.

O conflito no leste do Congo intensificou-se em Janeiro, quando o M23 tomou a cidade estratégica de Goma, seguida por Bukavu em Fevereiro. Angola, que mediou o conflito, planejou negociações de paz directas entre o Congo e o M23. No entanto, as negociações de paz entre o Congo e Ruanda foram canceladas em Dezembro, depois que Ruanda exigiu diálogo directo entre o Congo e o M23, o que o Congo rejeitou.

O M23 é um dos muitos grupos armados na RDC, onde a competição por recursos minerais contribui para uma das piores crises humanitárias do mundo, deslocando mais de 7 milhões de pessoas.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU está a investigar alegações de atrocidades de ambos lados, incluindo estupro e execuções sumárias. As tensões também aumentaram internacionalmente, com a União Europeia impondo sanções a vários cidadãos ruandeses e congoleses ligados ao conflito, incluindo líderes do M23 e a refinaria de ouro de Ruanda.

Ruanda cortou relações diplomáticas com a Bélgica, acusando-a de tentar desestabilizar o país, após a suspensão da ajuda ao desenvolvimento pela Bélgica. Os EUA expressaram interesse em uma parceria de mineração com o Congo, com discussões já em andamento.

O Ruanda decidiu, hoje, e com efeitos imediatos, romper as relações diplomáticas com a Bélgica. O país diz que a Bélgica tem sistematicamente minado o regime de Kigali, tanto antes, quanto durante o actual conflito na República Democrática do Congo (RDC), no qual, segundo o Ruanda, a Bélgica desempenha um papel histórico profundo e violento, especialmente ao agir contra Ruanda.

O Ruanda diz que a Bélgica tomou partido no conflito regional e utiliza mentiras e manipulação para construir uma opinião hostil injustificada contra o país. 

Fala ainda de um papel desempenhado pela Bélgica na promoção do extremismo étnico que resultou em discriminação e, por fim, no Genocídio de 1994. Os diplomatas belgas em Ruanda têm o prazo de 48 horas para deixar o país.

Um incêndio de grandes proporções deflagrou, na madrugada de domingo, numa discoteca, na cidade de Kocani, no sul da Macedónia do Norte, causando a morte de 59 pessoas e deixando outras 150 feridas. Pelo menos 18 pessoas estão em estado crítico.

O incêndio começou por volta das 02h35 da manhã, durante um concerto de um grupo hip-pop local. Segundo explicou o ministro do Interior do país, Panche Toshkovski, os jovens frequentadores da discoteca usaram pirotecnia, que fez com que o telhado se incendiasse. 

Os familiares reuniram-se em frente aos hospitais e organismos municipais da cidade de Kocani, para pedir mais informações.

De acordo com Panche Toshkovski, a Polícia deteve um homem, mas não forneceu pormenores sobre o seu envolvimento. Foram emitidos mandados de captura para quatro pessoas, segundo informou no local o ministro do Interior.

O Governo da República Democrática do Congo (RDC) confirmou a sua participação nas negociações de paz com o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), que deverão arrancar amanhã, em Angola.

“Recebemos o convite do mediador (o Presidente angolano João Lourenço) e vamos ouvi-lo. Uma delegação congolesa vai viajar para Luanda, na terça-feira, por iniciativa dos mediadores”, disse Tina Salama, porta-voz do Presidente da RDC, Félix Tshisekedi.

Salama confirmou a participação do seu país depois de João Lourenço ter apelado, no sábado, a um cessar-fogo entre as partes, para facilitar as negociações.

Através da rede social X, porém, o M23 acusou o Governo congolês de querer “sabotar” o diálogo, alegando que as forças governamentais bombardeiaram indiscriminadamente “zonas densamente povoadas” e atacaram posições rebeldes nos últimos dias.

O Presidente angolano anunciou, na passada quarta-feira, o início das negociações directas de paz entre o Governo da RDC e o M23, na terça-feira, na capital angolana.

Horas depois do anúncio, na noite de quarta para quinta-feira, o M23 assumiu o controlo da Ilha Idjwi, no Lago Kivu, e o grupo passou a controlar sete dos oito territórios que compõem a província oriental do Kivu do Sul.

O M23 controla as capitais das províncias do Kivu do Norte e do Sul, que fazem fronteira com o Ruanda e são ricas em minerais essenciais, para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.

O número de casos de cólera em Angola continua a aumentar, totalizando 7 284, desde 07 de Janeiro, com mais 165 registos e 17 mortes, nas últimas 24 horas, o maior número desde o início do surto.

Segundo o mais recente boletim do Ministério da Saúde de Angola, datado de sábado e divulgado ontem, foram notificados mais 165 casos de cólera, em 24 horas, dos quais 60 na província do Cuanza Norte.

Os restantes distribuem-se por Luanda (50), Bengo (17), Benguela (16), Cabinda (5), Icolo e Bengo (4) e Malanje (3).

Foi também na província do Cuanza Norte que se registaram a maioria dos óbitos (13), seguindo-se Luanda (2), Benguela (1) e Zaire (1).

Desde o início do surto, foram reportados 7.284 casos, maioritariamente nas províncias de Luanda (3.788) e Bengo (2.303) e ocorreram 275 mortes, das quais 139 na província de Luanda e 89 na província do Bengo.

Actualmente, estão internadas 237 pessoas com cólera.

A cólera é uma doença aguda que pode ser fatal em horas, caso não seja tratada.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “a maior parte das pessoas com cólera têm diarreia ligeira ou moderada e podem ser tratadas com soluções de reidratação oral”, mas a rápida progressão da doença significa que um tratamento imediato é fundamental para salvar vidas.

“É uma ameaça à saúde pública global e um indicador de desigualdade e de falta de desenvolvimento económico e social. O acesso à água segura, saneamento básico e higiene é essencial para prevenir cólera e outras doenças que se transmitem pela água”, acrescenta a OMS.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que vai falar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, para tentar pôr um fim à guerra na Ucrânia.

“veremos se temos algo a anunciar, talvez até terça-feira. Falarei com o Presidente Putin na terça-feira”, disse Trump aos jornalistas no avião presidencial, no domingo à noite, segundo escreveu a agência de comunicação Lusa.

“Foi feito muito trabalho no fim de semana. Queremos ver se conseguimos pôr fim a esta guerra”, acrescentou o chefe de Estado.

Embora a Rússia tenha falhado o objectivo inicial da invasão, lançada em Fevereiro de 2022, de derrubar o Governo da Ucrânia e controlar o país, ainda controla grandes áreas do Estado vizinho.

Trump disse que as regiões ocupadas pela Rússia, no leste da Ucrânia, e as centrais elétricas serão parte das negociações.

“Falaremos sobre as terras. Falaremos sobre centrais elétricas”, disse o republicano.

Trump descreveu as negociações como sendo sobre “a divisão de certos activos”.

Horas antes, o enviado norte-americano à Rússia disse que Trump vai reunir-se, esta semana, com Putin, para discutir a situação da Ucrânia, avançou a agência de notícias France-Presse.

“Ainda há muito para discutir, mas penso que os dois presidentes vão ter uma discussão muito boa e positiva esta semana”, afirmou Steve Witkoff, em declarações à CNN, acrescentando que Moscovo, Kiev e Washington “querem que tudo isto acabe”.

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