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Segundo avança o Vaticano, a morte do Santo Padre terá sido causada por  derrame cerebral, coma e parada cardiorrespiratória irreversível. 

 “Derrame cerebral, coma e parada cardiorrespiratória irreversível. Essas foram as causas da morte do Papa Francisco, ocorrida nesta manhã [manhã de ontem], às 7h35, em seu apartamento na Casa Santa Marta”, lê-se na nota do Vaticano.

Segundo o Vaticano, o documento médico afirma que o Papa apresentava histórico de insuficiência respiratória aguda por pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo II. A constatação da morte foi realizada por meio de registo eletrocardiotanatográfico.

A China vai impor sanções contra funcionários, legisladores e dirigentes de organizações não-governamentais dos Estados Unidos que tiveram um “mau desempenho” nas questões de Hong Kong, anunciou nesta segunda-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Em Março, os Estados Unidos sancionaram seis funcionários da China continental e de Hong Kong, que, alegadamente, estavam envolvidos em “repressão além-fronteiras” e em actos que ameaçavam corroer ainda mais a autonomia da cidade. Entre esses funcionários contavam-se o secretário da Justiça, Paul Lam, o director do gabinete de segurança, Dong Jingwei, e o antigo comissário da polícia, Raymond Siu, segundo escreve o Notícias ao Minuto.

Como retaliação, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou, nesta segunda-feira, em Pequim, que a China condenou veementemente os actos, qualificando-os como “desprezíveis”. Os Estados Unidos interferiram seriamente nos assuntos de Hong Kong e violaram os princípios do direito internacional, afirmou.

“A China decidiu impor sanções aos congressistas, funcionários e líderes de ONG dos EUA que tiveram um mau desempenho em questões relacionadas com Hong Kong”, disse Guo, acrescentando que a resposta foi dada de acordo com a lei anti-sanções estrangeiras, sem fornecer mais pormenores sobre quem está a ser visado.

Guo também emitiu um aviso sobre Hong Kong, dizendo que os assuntos da cidade semiautónoma da China não podem ser sujeitos à interferência dos EUA. Quaisquer acções consideradas erradas pelo Governo chinês relativamente a questões relacionadas com Hong Kong serão objecto de medidas firmes e de retaliação recíproca, afirmou.

As sanções impostas pelos EUA a funcionários em Março não foram as primeiras relacionadas com a antiga colónia britânica, que regressou ao domínio chinês em 1997. Durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump, o seu governo impôs sanções a Hong Kong e a funcionários chineses por minarem a autonomia de Hong Kong.

Em 2021, a administração do antigo Presidente Joe Biden impôs mais sanções a funcionários por causa da repressão de Pequim contra as liberdades políticas na cidade semiautónoma.

Desde que a China impôs uma lei de segurança nacional em 2020 para reprimir os protestos massivos contra o governo de 2019, as autoridades de Hong Kong processaram muitos dos principais activistas da cidade. Órgãos de comunicação social conhecidos por reportagens críticas sobre o governo encerraram na sequência de detenções dos seus quadros superiores. Dezenas de grupos da sociedade civil foram dissolvidos.

Nos últimos dois anos, as autoridades de Hong Kong emitiram mandados de captura para 19 activistas sediados no estrangeiro, com recompensas de 1 milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 111 mil dólares) por informações que levassem à detenção de cada um deles. Alguns deles residiam nos Estados Unidos.

A repressão, que dura há vários anos, tem suscitado críticas de governos estrangeiros, especialmente porque, aquando da transferência de soberania em 1997, foi prometido à cidade que as suas liberdades civis de estilo ocidental e a sua semiautonomia se manteriam intactas durante pelo menos 50 anos.

Os governos de Pequim e de Hong Kong insistem que a lei é necessária para a estabilidade da cidade.

Os bombardeamentos aéreos dos Estados Unidos na capital do Iémen, no domingo, provocaram pelo menos 12 mortos e 30 feridos, de acordo com os rebeldes Huthis.

“Doze pessoas foram mortas e outras 30 ficaram feridas, após ataques do inimigo norte-americano no mercado de Farwah e no bairro popular” com o mesmo nome, no centro da capital Sana, segundo o Ministério da Saúde Huthi, citado por Lusa.

Aviões de combate norte-americanos realizaram, no domingo, novos bombardeamentos em pelo menos três províncias do Iémen, incluindo a capital.

De acordo com a agência de notícias Efe, a televisão iemenita Al-Massirah, propriedade dos Huthis, noticiou que os bombardeamentos visaram vários alvos na montanha de Faj Attan, sem fornecer detalhes ou número de vítimas.

Residentes na capital disseram à Efe que naquela zona montanhosa existem grutas onde são armazenadas armas e munições.

Os habitantes relataram ainda que os bombardeamentos atingiram uma infraestrutura que tem sido alvo recorrente de ataques sauditas, desde o início da guerra do Iémen, em 2014, bem como o bairro residencial de Farwah.

Segundo a Al-Massirah, os ataques aéreos também atingiram a Ilha Kamaran, na costa frente aos portos de Al Salid e Ras Issa, no Mar Vermelho, área que foi atacada várias vezes desde o início da grande ofensiva militar dos Estados Unidos contra os Huthis, em 15 de Março.

No sábado à noite, pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas em ataques aéreos norte-americanos contra a capital iemenita.

Angola registou 500 mortos e 13 818 casos de cólera devido ao surto que o país enfrenta desde Janeiro deste ano, com 17 das 21 províncias afectadas, segundo dados do Ministério da Saúde.

O ponto de situação do surto de cólera, feito pelo Ministério da Saúde, dá conta de que nas últimas 24 horas foram registadas duas mortes e 220 novos casos, nas províncias de Benguela – a única que reportou óbitos e com o maior número de infeções (107) -, Cuanza Norte, Luanda, Malanje, Bengo, Icolo e Bengo, Cuanza Sul, Huíla, Zaire, Namibe e Cabinda, segundo escreve Lusa.

Nas últimas 24 horas, 269 pessoas receberam alta, mas continuam internadas 1 244 outras com cólera.

De acordo com uma nota do Ministério da Saúde, no sábado decorreu uma reunião técnica na província de Benguela, presidida pelo governador provincial, Manuel Nunes Júnior, e com a presença da titular da pasta da Saúde, Sílvia Lutucuta, e outros responsáveis governamentais do setor da energia e águas e do Ambiente, bem como representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O grupo de trabalho teve como objectivo avaliar as acções em curso, reforçar o compromisso interinstitucional e definir novas diretrizes estratégicas para uma resposta eficaz à situação de saúde pública provocada pelo surto de cólera.

A jornada de trabalho incluiu igualmente visitas técnicas a diversos pontos de abastecimento de água nos municípios, comunas e bairros da província, tendo Sílvia Lutucuta orientado o reforço do abastecimento de água potável, com prioridade para as zonas de maior risco.

Ampliar os pontos de hidratação oral e melhorar a assistência pré-hospitalar e hospitalar, mobilizar todos os atores sociais na promoção de ações comunitárias e de sensibilização para práticas de higiene são outros objetivos da governante.

A ministra orientou de igual modo o empoderamento das comunidades na gestão e conservação das infraestruturas instaladas e articulação com o Ministério do Ambiente para a construção de latrinas comunitárias, com recurso a materiais locais disponíveis.

A província de Benguela é, depois de Luanda, o epicentro da doença, e o Bengo é a região com o maior número de óbitos (70) e casos (2.104), desde o início do surto.

O Papa Francisco denunciou hoje a “dramática e desprezível situação humanitária” em Gaza, e apelou ao cessar-fogo e à libertação dos reféns, nas celebrações do domingo de Páscoa.

Na sua mensagem, lida por um assessor depois de o Papa aparecer na varanda da Basílica de São Pedro, em Roma, Francisco alertou também para “o clima de crescente antissemitismo que se está a espalhar pelo mundo”, segundo cita Lusa.

“Apelo aos beligerantes para que cessem o fogo, libertem os reféns e prestem uma ajuda preciosa às pessoas famintas que anseiam por um futuro de paz”, afirmou Francisco na mensagem.

Antes do início da leitura da sua mensagem pascal, o Papa, ainda a recuperar de uma grave pneumonia, apareceu na varanda da Basílica de São Pedro, para abençoar os milhares de fiéis ali reunidos, que o saudaram com vivas e aplausos.

“Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!”, afirmou Francisco, 88 anos, que apareceu numa cadeira de rodas, sem cânulas nasais de oxigénio, para dar a sua tradicional benção “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo).

As milhares de pessoas que se encontravam na Praça de São Pedro começaram a aplaudir quando uma banda militar começou a tocar o hino da Santa Sé e o hino italiano.

Segundo escreve Lusa, o Papa argentino permaneceu sentado na cadeira de rodas e pediu a D. Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, para ler a mensagem às 35 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a Missa do Domingo de Páscoa, que foi presidida pelo Cardeal Angelo Comastri.

Após a mensagem, o Papa ainda apareceu no seu ‘papamóvel’ no meio da multidão de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para celebrar a Páscoa, e durante cerca de 15 minutos percorreu os corredores da praça e abençoou bebés, rodeado por guarda-costas.

O Papa tem estado ausente de todos os ritos da Semana Santa no Vaticano e apenas se deslocou na tarde de Quinta-feira Santa à prisão romana de Regina Coeli, perto do Vaticano, para cumprimentar os reclusos, como tem feito desde o início do seu pontificado.

“Vivo-a o melhor que posso”, respondeu o pontífice, com um sussurro, da janela do carro ao sair da prisão, quando questionado pelos meios de comunicação sobre como está a viver a Semana Santa neste momento delicado para a sua saúde.

As autoridades congolesas suspenderam as atividades do partido do antigo Presidente Joseph Kabila, acusado de um “silêncio cúmplice”, face ao grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, no leste da República Democrática do Congo (RDC), segundo escreve Notícias ao Minuto. 

A decisão surge num contexto político muito tenso entre as autoridades de Kinshasa e o campo de Kabila, que anunciou, recentemente, o seu regresso ao leste da RDC, parcialmente controlado pelo M23, apoiado pelo Ruanda e pelo seu exército.

As actividades do Partido Popular para a Reconstrução e a Democracia (PPRD) “foram suspensas em todo o país”, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério do Interior assinado no sábado, citado pelo Notícias ao Minuto.

“Esta decisão surge na sequência do activismo comprovado” de Kabila, líder do PPRD, nesta “guerra de agressão ruandesa e do silêncio culpado e até cúmplice” do seu partido, segundo o comunicado.

O Ministério do Interior denunciou igualmente a “atitude ambígua” de Kabila, que “nunca condenou” a rebelião do M23 nem o apoio do Ruanda a este grupo armado antigovernamental.

Condenou ainda a “escolha deliberada” do antigo chefe de Estado de “regressar ao país através da cidade de Goma, que está sob controlo inimigo e que, curiosamente, garante a sua segurança”.

Num outro comunicado de imprensa, o Ministério da Justiça declarou que tinha pedido ao procurador-geral do Tribunal de Cassação (Supremo Tribunal de Justiça) “que iniciasse um processo judicial” contra Joseph Kabila “pela sua participação directa” no M23.

O partido de Kabila ainda não reagiu.

O conflito no Leste da RDCongo intensificou-se nos últimos meses com a tomada pelo grupo armado M23 das duas principais cidades da região: Goma, capital da província do Kivu do Norte, e Bukavu, capital do Kivu do Sul.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia, este domingo, de querer passar uma ilusão de cessar-fogo, após o seu homólogo russo ter decretado tréguas na guerra com a Ucrânia durante a Páscoa.

Zelensky diz que, em várias direcções, na linha da frente, já houve 59 casos de bombardeamentos russos e cinco ataques por unidades russas.

O presidente ucraniano denuncia, ainda,  que a Rússia realizou dezenas de ataques com drones FPV. 

Zelensky afirma, por outro lado, que os seus homens estão a responder como o inimigo merece e que a Ucrânia vai continuar a agir de forma simétrica.

A terminar, Zelensky refere que a Rússia deve cumprir as condições de cessar-fogo, sendo que a proposta da Ucrânia de estender a trégua por 30 dias continua em cima da mesa.

Um juiz aprovou, esta semana, o julgamento de dois agentes da polícia da era do apartheid por alegado envolvimento no assassinato de três activistas estudantis em 1982.

O processo é inédito. Até agora, nenhum indivíduo havia sido responsabilizado pelo crime de apartheid.

O caso gira em torno de três jovens combatentes pela liberdade mortos em uma explosão em 1982. As vítimas faziam parte de um movimento de resistência que se opunha ao regime do apartheid, que impunha o governo exclusivamente branco e a dominação sobre a maioria negra.

Também esta semana, a África do Sul reabriu uma investigação sobre a morte de Albert Luthuli, ex-presidente do Congresso Nacional Africano (CNA) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, morto em 1967.

A autoridade acusadora busca anular as conclusões de inquéritos anteriores sobre Luthuli. As autoridades da época concluíram que a morte de Luthuli foi resultado de um acidente.

O desenvolvimento ocorre mais de 30 anos depois que a África do Sul se tornou uma democracia e depois que uma comissão da Verdade revelou inúmeras atrocidades.

O antigo Presidente da República Democrática do Congo Joseph Kabila, acusado pelo Governo de apoiar os rebeldes, regressou esta sexta-feira ao país do exílio.

Joseph Kabila, que deixou a RDC em 2023, está em Goma, cidade controlada pelos rebeldes, “para participar nos esforços de paz” no leste, onde os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, ocuparam grandes áreas, incluindo a estratégica cidade, de acordo com um conselheiro do antigo Presidente.

Segundo escreve a DW, o regresso ao país foi também confirmado por outro conselheiro de Joseph Kabila e um oficial do M23.

Os três falaram com a AFP sob anonimato, por não estarem autorizados a falar com os meios de comunicação social sobre o assunto.

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