O País – A verdade como notícia

Durante a oração do Angelus, neste domingo, no Vaticano, o Papa Leão XIV denunciou a grave situação humanitária em Gaza, afirmando que a população está a sofrer com a fome, a violência e o risco constante de morte.

O líder da Igreja Católica apelou a um cessar-fogo imediato, à libertação dos reféns detidos pelo grupo Hamas e ao respeito pelo direito humanitário.

O Papa manifestou ainda preocupação com outros focos de conflito no mundo, como a violência na fronteira entre Tailândia e Camboja, e no sul da Síria, com destaque para o sofrimento das crianças e famílias deslocadas.

Reforçando a mensagem de paz, Leão XIV defendeu a necessidade de negociações para garantir um futuro pacífico e digno para todos os povos, e pediu que os líderes globais se comprometam com o fim das hostilidades.

Um tribunal militar na República Democrática do Congo iniciou o julgamento do ex-presidente Joseph Kabila, acusado de traição e uma série de crimes graves ligados ao seu suposto apoio ao grupo rebelde M23.

A audiência foi realizada no distrito de Gombe, em Kinshasa, mas Kabila não estava presente, pois está actualmente fora do país e a ser julgado à revelia. As acusações contra o ex-presidente incluem assassinato, tortura, estupro e conspiração para derrubar o governo. 

As autoridades alegam que Kabila apoiou os rebeldes do M23, que tomaram grandes áreas de território no leste da República Democrática do Congo (RDC). Kabila negou anteriormente qualquer vínculo com o grupo.

Kabila governou a RDC por 18 anos, antes de entregar o poder a Félix Tshisekedi em 2019. No entanto, as relações entre os dois se deterioraram em 2020, depois que Tshisekedi rescindiu o acordo de partilha de poder. Kabila partiu para a África do Sul.

Em Maio, Kabila retornou à RDC e visitou cidades sob controlo do M23, uma atitude que irritou as autoridades, que, posteriormente, suspenderam sua imunidade como senador vitalício para permitir seu processo.

O caso atraiu a atenção nacional, com muitas pessoas a acompanharem de perto o desenrolar do julgamento. O processo foi adiado até 31 de Julho. 

Os aliados de Kabila, como Ferdinand Kambere, acusam o governo de dupla moralidade, afirmando que o tratamento dado ao ex-presidente é desproporcional em relação ao acordo de paz com os rebeldes.

O movimento rebelde M23, que controla grandes extensões de terras no leste da República Democrática do Congo (RDC), ameaça boicotar o processo de paz em andamento, devido à suposta demora na libertação dos seus prisioneiros.

Com as negociações previstas para serem retomadas na capital do Catar, Doha, a 18 de Agosto, o M23, por meio de seu secretário permanente, Benjamin Mbonimpa, assumiu uma posição mais dura em uma conferência de imprensa na sexta-feira.

Mbonimpa questionou sobre o que será feito em Doha se os seus prisioneiros ainda não foram libertos, visto que,  em princípio, o acordo assinado em Doha sob a mediação do Catar previa um cessar-fogo imediato.

Mbonimpa, que integra a equipa de negociações,  disse, no entanto, que após a implementação da Declaração de Princípios, as discussões seguirão imediatamente para a assinatura de um acordo efectivo.

Por outro lado, os combates entre o M23 e os grupos de autodefesa Wazalendo, aliados ao exército congolês, estão a intensificar-se nas províncias de Kivu do Norte e do Sul.

Mbonimpa, citado pela imprensa internacional, afirmou que o M23 estará sempre na defensiva e culpa Kinshasa e suas forças aliadas pelos ataques.

Em Goma, uma cidade com mais de dois milhões de habitantes que foi tomada pelo em M23 em Janeiro, a esperança gerada pela assinatura do acordo já se começa a esvair.

Cansada da violência recorrente, a população deseja apenas uma coisa: uma paz real e duradoura.

As delegações de Israel e dos Estados Unidos decidiram abandonar, nesta quinta-feira, as negociações de cessar-fogo que decorriam em Doha, capital do Qatar, marcando uma nova fase de impasse diplomático no conflito da Faixa de Gaza.

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi o primeiro a anunciar a retirada da sua equipa, justificando a decisão com a necessidade de realizar “consultas adicionais” em Telavive. Pouco depois, os Estados Unidos confirmaram igualmente o regresso da sua equipa de mediação a Washington.

Segundo fontes envolvidas nas negociações, a retirada poderá representar uma manobra de pressão sobre o Hamas, que tem resistido a aceitar os termos propostos pelos mediadores. A intenção, dizem, é forçar um avanço nas conversações, após sucessivas estagnações nas últimas rondas.

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, manifestou frustração com a postura do grupo palestiniano. “Apesar dos esforços intensivos dos mediadores, o Hamas não tem demonstrado coordenação nem boa-fé”, escreveu nas redes sociais. Witkoff sublinhou ainda que os Estados Unidos estão a considerar “alternativas” para garantir a libertação dos reféns e criar condições para maior estabilidade em Gaza. “É lamentável que o Hamas tenha agido de forma tão egoísta”, acrescentou.

Também Netanyahu reagiu publicamente, reiterando que Israel não recuará nos seus objetivos militares em Gaza. Durante um discurso em Jerusalém, deixou um recado direto ao Hamas: “Se interpretarem a nossa disposição para negociar como sinal de fraqueza, e tentarem impor condições que comprometam a segurança de Israel, estarão gravemente enganados.”

Com esta retirada simultânea, o futuro das negociações para um cessar-fogo permanece incerto, enquanto a situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se.

Os Estados Unidos da América poderão sancionar alguns líderes do ANC, na África do Sul, por supostamente colocar em risco os interesses norte-americanos ao manter relações estreitas com a Rússia e a China. Pretória já reagiu afirmando que resultam de propaganda nefasta liderada por organizações de extrema direita.

O projecto de lei que acusa a África do Sul de colocar em causa os interesses norte-americanos ao manter relações estreitas com a Rússia e a China foi aprovado na terça-feira.

Igualmente, Pretória é acusada de apoiar o grupo Hamas, que está em conflito com Israel na Faixa Gaza.

A  lei prevê a revisão das relações bilaterais entre os Estados Unidos da América e África do Sul, imposição de sanções a alguns dirigentes do ANC, partido no poder na terra do rand, apesar de ainda não terem sido revelados os nomes.

Na perspectiva de Donald Trump, trata-se de pessoas que estão envolvidas em processos de corrupção e violação dos direitos humanos naquele país.

Reagindo esta quarta-feira, a porta-voz do ANC aponta que as sanções propostas são produto de propaganda, nefasta liderada por organizações de extrema direita, tanto na África do Sul quanto nos Estados Unidos da América.

Porta-voz do ANC, Malhengi Bengu-Motsiri

“Queremos que os que estão ao lado da justiça, ao lado da paz e da amizade, sejam informados das reais intenções desta iniciativa legislativa norte-americana. Portanto, continuaremos com o trabalho que temos que fazer. Continuaremos a usar o que fizemos e nos permitiu derrubar o governo do apartheid, que é mobilizar a comunidade internacional para expor tudo isso que está sendo feito contra a África do Sul, que serve para punir as posições que assumimos em relação à questão de Israel e Palestina; ao genocídio na Palestina”, disse a porta-voz do partido. 

O partido sul-africano afirma que tudo vai fazer para salvaguarda da sua honra.

Um avião russo com 49 ocupantes despenhou-se, esta quinta-feira, próximo à fronteira com a China. A fuselagem do avião foi localizada, em chamas. Dos 49 passageiros que seguiam na aeronave, cinco são crianças. 

O avião desapareceu dos radares enquanto se aproximava de uma localidade próxima da fronteira com a China.

A comunicação com a aeronave foi perdida a vários quilómetros do aeroporto na cidade de Tynda, tempo depois um helicóptero de resgate localizou destroços do avião, em chamas, segundo informou o Ministério das Situações de Emergência russo em comunicado citado pela Reuters.

O governador da cidade onde o resto do aparelho foi encontrado fala de 43 passageiros e uma tripulação de seis pessoas, mas o Ministério das Situações de Emergência russo fala de menos de 40 passageiros, relata o Notícias ao Minuto.

Apesar de a aeronave ter sido contratada em chamas, não houve anúncio oficial de mortes. Forças russas foram alocadas para efetuar buscas.

Vários prisioneiros de guerra regressaram à Ucrânia no âmbito de mais um acordo de troca com a Rússia, tendo sido recebidos pelos familiares que os aguardavam. A libertação, efectuada ao abrigo dos acordos de Istambul, inclui tropas feridas e soldados com problemas de saúde, bem como vários soldados com menos de 25 anos.

Muitos dos militares libertos tinham passado mais de três anos em cativeiro russo, tendo um número significativo sido feito prisioneiro durante a defesa de Mariupol, em 2022.

Centenas de famílias de prisioneiros de guerra e de militares ucranianos desaparecidos reuniram-se perto do hospital, na esperança de encontrar os seus entes queridos ou informações sobre eles.

No meio das hostilidades, as duas partes prosseguiram as trocas de prisioneiros de guerra acordadas durante as recentes conversações entre as suas delegações em Istambul. O ministério da Defesa russo e as autoridades ucranianas confirmaram que a nova troca aconteceu na quinta-feira.

O ministério da Defesa da Rússia confirmou que um grupo de prisioneiros de guerra tinha sido liberto e chegado à Bielorrússia antes de ser transportado de volta para a Rússia.

Numa mensagem publicada no Telegram, o ministério afirmou que os homens estavam actualmente na Bielorrússia e a receber todo o apoio médico necessário, sem especificar o seu número.

Um vídeo publicado pelo ministério mostra soldados animados e cobertos com bandeiras russas a entrar num autocarro.

O presidente chinês, Xi Jinping, apelou, nesta quinta-feira, para uma renovação estratégica nas relações com a União Europeia, durante uma cimeira em Pequim marcada por crescentes tensões comerciais, tecnológicas e geopolíticas entre os dois blocos.

A reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, decorreu no Grande Palácio do Povo, no âmbito da 25ª cimeira China-UE, que assinala o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Bruxelas e Pequim.

Segundo Xi, citado pela RTP, ao longo das últimas cinco décadas, os laços sino-europeus produziram “resultados frutíferos” e beneficiaram ambas partes e o mundo.

O líder chinês defendeu que, perante “uma situação internacional mais desafiadora e complexa”, a China e a União Europeia devem reforçar a comunicação, fomentar a confiança e aprofundar a cooperação, contribuindo com mais estabilidade e previsibilidade para o mundo.

“Devemos procurar convergências, mesmo mantendo divergências, e persistir na abertura e no benefício mútuo”, afirmou, sublinhando a importância de promover um relacionamento bilateral “que continue a crescer na direção correta” e que possa projetar-se para os próximos 50 anos “ainda mais brilhantes”.

PONTOS DE DIVERGÊNCIA

Apesar da retórica diplomática, analistas e fontes europeias advertiram que a cimeira ocorre num clima de desconfiança mútua e com expectativas limitadas de resultados concretos.

O grupo de reflexão (“think tank”) Bruegel classificou o encontro como uma “não-cimeira”, devido ao impasse persistente nas principais áreas de discórdia.

Entre os temas centrais estão o desequilíbrio comercial – com um défice europeu superior a 300 mil milhões de euros – e o acesso a matérias-primas críticas, como as terras raras, sujeitas a restrições de exportação por parte da China.

A União Europeia acusa Pequim de distorcer os mercados ao subsidiar fortemente a sua indústria, sobretudo no sector dos veículos eléctricos, cujas exportações a preços abaixo dos praticados por fabricantes europeus levaram Bruxelas a impor tarifas adicionais entre 17% e 45,3%.

Outro foco de tensão reside no apoio chinês à Rússia. Em Junho, Von der Leyen acusou Pequim de alimentar a economia de guerra russa com apoio “incondicional” a Moscovo.

De acordo com o South China Morning Post, jornal de Hong Kong, citado por Lusa, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, terá alertado interlocutores europeus de que um eventual colapso russo desviaria o foco estratégico dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico – algo que a China pretende evitar.

Diplomatas europeus citados pela revista Político acusam ainda Pequim de tentar dividir o bloco comunitário, privilegiando relações bilaterais com países como a Alemanha ou a França, em detrimento de uma abordagem unificada.

Já a publicação The Diplomat observa que o simbolismo do 50º aniversário contrasta com a realidade actual: “A cimeira deverá apenas confirmar quão distantes estão os valores e interesses de ambas as partes.”

As defesas aéreas russas abateram 33 ‘drones’ ucranianos, na terça-feira à noite, em seis regiões do país, na véspera de mais uma ronda de negociações entre os dois países que decorre hoje na Turquia.

De acordo com o relatório militar do Ministério da Defesa, citado por Lusa, a maioria dos ataques aéreos concentrou-se nas regiões de Tula e Rostov, onde foram abatidas 12 e 11 aeronaves não tripuladas, respectivamente.

Os restantes ‘drones’ foram destruídos nas regiões de Nizhny Novgorod (6), Bryansk (2), Kursk (1) e Kaluga (1).

As autoridades russas impuseram restrições temporárias às operações nos aeroportos de Nizhny Novgorod e Kaluga, capitais das regiões com o mesmo nome, para garantir a segurança dos voos.

O ataque aéreo ocorreu horas antes da terceira ronda de negociações russo-ucranianas em Istambul, anunciada pela presidência turca.

O Kremlin afastou a possibilidade de “avanços milagrosos” na nova ronda de negociações.

De acordo com a presidência turca, a reunião terá lugar no Palácio Otomano Çiragan, em Besiktas, onde decorreu a última ronda de negociações, no dia 02 de junho.

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