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Papa Francisco considera um pecado grave rejeitar imigrantes. Numa reflexão sobre as mortes de imigrantes no Mar Mediterrânio e em zonas desérticas, o Sumo Pontífece foi crítico a medidas como adopção de leis mais restritivas e militarização de fronteiras.

Na catequese da audiência geral desta quarta-feira, o Sumo Pontífice falou do fenómeno da imigração massíva e as rotas migratórias que têm contribuido para a morte de muitas pessoas.
Papa Francisco avançou que o Mar Mediterrâneo e alguns desertos tornaram-se cemitério e que as mortes que acontecem nessas regiões poderiam ser evitadas.

O líder máximo da Igreja Católica diz que não consegue compreender por que razão, numa era de satélites e drones, há homens, mulheres e crianças imigrantes nos desertos e mares, que ninguém quer ver. Apenas Deus os vê e ouve seu grito de socorro.

Para o Papa, não é através de leis mais restritivas, nem por meio da militarização das fronteiras, muito menos pela rejeição, que será possível acabar a imigração em massa.
Papa Francisco sugere a expansão de rotas de acesso seguras, promoção por todos os meios de uma governação global da imigração baseada na justiça, fraternidade e solidariedade.

Mais de 100 imigrantes ilegais foram detidos, esta terça-feira, em Durban, África do Sul. Foram também confiscadas várias armas de fogo, uma quantidade não especificada de cocaína e notas de dólar correspondentes a mais de 4 milhões de rands.

É mais uma acção de combate ao crime organizado e transnacional, envolvendo imigrantes ilegais na vizinha África do Sul.

São mais de 100 pessoas de nacionalidades até aqui desconhecidas que estão a contas com a polícia sul-africana, depois de terem sido abordados sob porte de armas de fogo e várias munições, uma quantidade não especificada de cocaína e dólares norte-americanos falsificados num valor equivalente a mais de 4 milhões de rands.

Os mesmos foram ainda encontrados sem documentos numa ação de busca e captura que abrangeu seis edifícios. As nacionalidades são também desconhecidas.

Um dos edifícios é da tutela do Município e foi ocupado ilegalmente, de acordo com a polícia sul-africana. “Foram acima de 120 pessoas que encontramos, em diferentes edifícios, não apenas em um edifício, mas em diferentes edifícios em que estivemos operando hoje. Entre eles, temos aqueles que foram presos por Drogas, outros por porte de muitos dólares falsificados, mais de 4 milhões de rands destas notas. Prendemos estas pessoas por estarem no país sem documentos válidos”, disse a polícia sul-africana.

Já o governador da província de KwaZulu-Natal, Thamsanqa Ntuli, onde se situa a cidade portuária de Durban, declarou que a acção multidisciplinar das autoridades sul-africanas visa combater o crime, acrescentando que os estrangeiros indocumentados serão deportados.

Esta detenção de mais de 100 migrantes acontece um mês depois de ter sido desmantelado um campo de treinamento militar de pessoas cujas nacionalidades são desconhecidas.

A varíola dos Macacos, Mpox, já matou mais de 600 pessoas em África, em menos de oito meses. A doença infectou mais de 3600 pessoas, e há mais 19 casos suspeitos.

De acordo com os últimos dados do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, CDC, foram notificados, até agora, 22.863 casos, dos quais 3.641 confirmados e 19.222 pendentes de resultados de análise, em 13 países africanos, nomeadamente: Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Congo-Brazaville, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, Libéria, Quênia, Nigéria, Ruanda, Uganda e África do Sul, este último que faz fronteira com Moçambique.

A agência da União Africana disse esperar que as primeiras doses da vacina cheguem no início de Setembro à República Democrática do Congo, onde há maior número de casos.

O CDC África declarou a Mpox uma emergência de saúde pública de segurança continental no passado dia 13 de agosto. Um dia depois, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou um alerta sanitário internacional devido à doença, que é infecciosa e pode causar inchaço de glândulas e alterações na pele, criando dor ou comichão, incluindo borbulhas ou bolhas.

Apesar da rápida propagação mundial da Mpox, em Moçambique, o Ministério da Saúde garantiu, na última segunda-feira, que o país continua livre da doença depois de sete casos suspeitos terem testado negativo.

 

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou alterações na sua equipa executiva. Uma renovação que disse ser necessária para uma nova época de transição para o socialismo.

O anúncio foi feito, ontem, durante um encontro com as comunas, que foi transmitido pela televisão estatal da Venezuela.

“Vamos à grande etapa do autogoverno popular e tenho a certeza de que não nos vamos equivocar, que vamos fazer as mudanças de que a Venezuela precisa e que a vida será muito melhor”, disse Maduro antes de anunciar as mudanças.

Entre as mudanças mais importantes estão a nomeação do vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, que assume o Ministério do Interior, Justiça e Paz.

Também a vice-presidente executiva Delcy Rodríguez, que foi ratificada no cargo, mas deixa a pasta das Finanças e Comércio Externo para assumir como ministra de Petróleo.

Menric Fernández, assume funções como ministra de Agricultura e Terras. Letícia Gómez, será a nova ministra do Turismo e Anabel Pereira Fernández, de Comércio Externo.

Pedro Tellechea, deixa a estatal Petróleos de Venezuela, SA (PDVSA) para ser ministro de Indústria e Comércio, sendo substituído por Héctor Obregón.

Por outro lado, Grécia Colmenares será a nova ministra da Juventude. Arnaldo Sánchez assume a pasta do Desporto e Eduardo Piñate, a do Trabalho. Héctor Rodríguez é o novo ministro de Educação e Magaly Viña, ministra dos Avôs e Avós.

Jhoanna Carrilo é a nova ministra da Mulher. Carlos Masjustin assume o ministério de Águas, Raúl Paredes o da Habitação e Habitat e Juan José Ramírez o de Obras Públicas.

Ao fazer o anúncio, Nicolás Maduro disse que após a sua vitória nas eleições presidenciais de 28 de Julho, era necessário fazer mudanças no seu gabinete, para passar a “um sistema de governo directo com o povo e para o povo, em que todos os recursos vão para o povo”.

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, convocou para esta quarta-feira uma nova manifestação pública contra a decisão do Tribunal Supremo de Justiça de, após investigar possível fraude nos resultados, declarar Nicolás Maduro o vencedor das eleições.

Um mês depois das eleições presidenciais na Venezuela que deram vitória a Nicolás Maduro, o país continua mergulhado nas manifestações promovidas pelos simpatizantes do candidato da oposição derrotado, Edmundo González Urrutia, que afirmam que o antigo diplomata venceu o escrutínio.

“Não apresentaram nem um pedaço de papel e correram para se esconder atrás do seu TSJ submetidos à tirania que não tem vela neste funeral para lavar a cara da sua fraudulenta CNE. Não há maior confissão de derrota.Por isso nos vemos nas ruas nesta quarta-feira, dia 28, em Caracas, no interior, em cidades do mundo todo”, disse esta terça-feira María Carolina Machado.

Alias, ex-deputada e aliada de Urrutia, acusou, num vídeo publicado na sua rede social, os órgão eleitorais Venezuelanos de favorecer o candidato reeleito, Nicólas Maduro. Machado acrescenta que “há um mês depois da nossa gloriosa vitória no dia 28 de julho, quando votamos, ganhamos e recolhemos às nossas atas que demonstram a esmagadora vitória de Edmundo González.”

Urrutia e Machado chegaram a ser ouvidos pelo Ministério público, acusados de  usurpação de funções, difusão de informações falsas, incitamento à desobediência da lei e à insurreição e associação criminosa.

Para além de protestos, a declaração de vitória de Maduro originou operações policiais e foram confirmados 27 óbitos e mais de 2.400 detidos. 

O Conselho Nacional de Eleitoral local não divulgou os dados somatórios de cada partido, justificando a decisão com um alegado ataque cibernético contra o sistema electrónico de votação, porém dando vitória ao partido de Maduro.

A Dinamarca anunciou, esta segunda-feira, o encerramento de suas embaixadas no Mali e no Burkina Faso devido aos golpes de Estado, que segundo o país limitaram a sua acção na região do Sahel. O país europeu assegura tratar-se de uma nova estratégia para África.    

A limitação da sua actuação na região do Sahel está entre os principais motivos que conduziram a Dinamarca ao corte dos laços diplomáticos com o Mali e o Burkina Faso.  

É uma medida que de acordo com o país europeu serve como parte de uma nova estratégia para o seu reposicionamento em África, depois dos golpes militares nestes dois países africanos.  

Da nova estratégia para África, está o estabelecimento de embaixadas em países como o Senegal, Tunísia e Ruanda, incluindo o aumento de seu pessoal diplomático nas embaixadas já existentes no Egipto, Quénia, Nigéria, Gana e na África do Sul.  

Apesar da decisão, o país pretende nomear um representante especial para a região africana dos Grandes Lagos e do Sahel, num contexto de deterioração das relações com os países da África Ocidental.

O encerramento das relações diplomáticas entre a Dinamarca, Mali e Burkina Faso acontece há pouco mais de um mês depois dos dois países africanos terem também rompido relações com a Ucrânia.

Cento e trinta e duas pessoas morreram no Sudão devido às inundações ocorridas durante a estação das chuvas deste ano. 

“O número total de Estados afectados é de 10, enquanto o número (…) de pessoas afetadas é de 129.650”, detalhou o ministério em comunicado, citado pela imprensa internacional.

O número total de mortos é agora de 132, num primeiro balanço das inundações durante a estação das chuvas, que vai de Maio a Outubro.

O efeito das inundações acentua as dificuldades da população do Sudão, país que desde 15 de Abril de 2023 vive um conflito que opõe o exército governamental ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa).

O conflito provocou o colapso do sistema sanitário, com o Ministério da Saúde a anunciar, há quatro dias, 80% das unidades de saúde inoperacionais.

Com o colapso do sistema de saúde, e a falta de cuidados preventivos, aumentaram os casos de cólera.

O Observatório Africano da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) prevê precipitações acima do normal até Setembro em todo o Sudão.

O Governo alemão vai doar 100 mil doses da vacina contra o Mpox para os países africanos mais afectados. 

As doses de vacina deverão estar disponíveis a curto prazo, a partir das reservas do exército alemão, anunciou em Berlim Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler Olaf Scholz. A fonte, citada pela Lusa, explicou que o objectivo é “apoiar os esforços internacionais para conter o Mpox no continente africano”.

Além disso, será instalado um laboratório móvel na República Democrática do Congo (RDCongo), país mais atingido pelo surto, o mais rapidamente possível, acrescentou.

A médio prazo, o objectivo é apoiar a União Africana (UA) na criação de uma produção local de vacinas.

A Mpox é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas que também pode ser transmitida entre seres humanos através do contacto físico, provocando febre, dores musculares e lesões cutâneas.

O ressurgimento em África está a ter um grande impacto na República do Congo, RDCongo, Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda.

Fundo Global aprova uma doação de mais de 525 milhões de dólares ao Governo do Malawi, para o combate ao HIV/SIDA, tuberculose e malária.

O valor, a ser investido num período de três anos, visa construir sistemas de saúde resilientes e sustentáveis no Malawi.
419 milhões de dólares da subvenção destinam-se ao combate à tuberculose e ao HIV/SIDA, e os restantes cerca de 84 milhões de dólares para a malária.

O fundo será gerido pelo Ministério da Saúde como principal beneficiário do sector público, esperando-se que o financiamento apoie intervenções biomédicas.

A aprovação da subvenção segue-se a um pedido de financiamento apresentado pelo Malawi através do Comité de Coordenação do Fundo Global do Malawi, responsável pela supervisão dos recursos alocados.

O apoio do Fundo Global ao Malawi é crucial na luta contra o HIV, tuberculose e malária, pois contribuirá para o reforço dos sistemas de saúde do país e salvar vidas.

Por outro lado, a Visão Mundial no Malawi lançou um projecto de 44 milhões de dólares, numa campanha denominada “BASTA”, que visa erradicar a fome e a desnutrição entre as crianças no país.

O director nacional da Visão Mundial no Malawi, Francis Dube, destacou a campanha como um passo significativo para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e a visão Malawi 2063.

Dube observou que, apesar da capacidade do Malawi de produzir alimentos suficientes, muitas famílias ainda lutam para fornecer alimentos adequados aos seus filhos.

O projecto de três anos é centrado no fortalecimento dos sistemas alimentares locais, na defesa de políticas que priorizem a nutrição de crianças e capacitação das comunidades para construir resiliência contra a fome.

A ministra do Género, Jean Sendeza, reiterou o compromisso do Governo em garantir que todas as crianças recebam alimentação adequada.
A campanha BASTA será implementada em todos os 28 distritos do Malawi.

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