O País – A verdade como notícia

Centenas de pessoas manifestaram-se, no Chade, na sexta-feira, para exigir a retirada das tropas francesas do país, uma semana depois de o país da África Central ter encerrado um acordo militar com seu antigo colonizador.

Na capital, N’Djamena, os manifestantes gritavam “Chade por nós, França fora” , alguns com cartazes que ostentavam os seguintes dizeres: “Não queremos ver um único francês no Chade” .

Na semana passada, o Chade anunciou, em uma declaração, que estava a encerrar um acordo de cooperação de defesa com a França, para redefinir suas parcerias estratégicas com base em prioridades nacionais. Entretanto, a França manteve cerca de 1 000 tropas no Chade e a declaração não especificou quando elas partiriam.

Alguns manifestantes foram a uma base aérea militar, onde soldados franceses estavam estacionados, na sexta-feira, exigindo a saída das tropas. Outros estiveram em frente à embaixada francesa, onde enfrentaram um pesado cordão de segurança do exército chadiano protegendo a embaixada.

 

Cerca de 900 mil crianças guineenses serão vacinadas, nos próximos dias, contra o sarampo e rubéola, numa campanha nacional que incluiu reforço nutricional e desparasitação. O processo de vacinação inicia hoje na Guiné-Bissau.

A iniciativa do Ministério da Saúde Pública, em colaboração com vários parceiros internacionais, decorre até 15 de Dezembro, em todas as regiões sanitárias do país, para vacinar gratuitamente 896 745 crianças dos nove meses aos 14 anos, contra o sarampo e a rubéola.

O Ministério da Saúde Pública divulgou que a campanha inclui, também, a administração de suplemento com vitamina a 335 473 crianças dos seis aos 59 meses e a desparasitação com Albendazol de 286 012 crianças, dos 12 aos 59 meses.

O Governo guineense está a enviar mensagens, via telemóvel, para avisar a população sobre a campanha.

O Governo da Guiné-Bissau alerta que “o sarampo e a rubéola são doenças altamente contagiosas que podem levar a complicações graves e fatais” e assegura que “a vacinação é a única forma eficaz de prevenir essas doenças”.

 

Caso a situação continue a evoluir ao ritmo actual, estima-se que, coletivamente, cerca de 1,5 milhões de pessoas serão deslocadas” na Síria, segundo disse o representante do Programa Alimentar Mundial.

Para o Observador, cerca de 280 mil pessoas foram deslocadas na Síria, desde 27 de Novembro, devido aos combates entre rebeldes e as forças sírias, resultado do avanço meteórico de grupos islamistas, declarou a Organização das Nações Unidas (ONU), na sexta-feira.

“‘Este é o número actualizado da noite passada [quinta-feira]. E isto não inclui o número de pessoas que fugiram do Líbano durante a recente escalada’ dos combates entre o grupo xiita Hezbollah e Israel, disse Samer AbdelJaber, director da coordenação de emergências do Programa Alimentar Mundial (PAM), durante uma conferência de imprensa em Genebra”, citado pelo Observador.

As deslocações massivas da população ocorreram desde que os rebeldes liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) lançaram a sua ofensiva relâmpago há pouco mais de uma semana.

 

Emmanuel Macron recusa-se a abandonar o poder, após a queda do Governo de Michel Barnier, e acusa a extrema-direita e a extrema-esquerda de se unirem a uma causa anti-republicana. Macron promete nomear em breve um novo primeiro-ministro. 

Sem margem para convocar novas eleições legislativas, Emmanuel Macron tem pela frente uma tarefa complicada, que é indicar o novo chefe do Governo.

Como era de se esperar, Michel Barnier não resistiu a moção de censura e caiu depois de 331 votos a favor da despromoção do seu Governo, facto que a França não assistia desde 1962.

Em uma comunicação à nação, o presidente Francês acusou os deputados da extrema-direita e a extrema esquerda de serem antipatriotas e de estarem a promover  desordem e avisou que vai permanecer no poder.

“O mandato que me confiaram, democraticamente, é um mandato de cinco anos e irei exercê-lo integralmente até ao seu fim. A minha responsabilidade passa por garantir a continuidade do Estado, o bom funcionamento das nossas instituições, a independência do nosso país e a proteção de todos vocês”, disse Emmanuel Macron.

Michel Barnier e seus ministros permaneceram no poder por três meses e deixaram um vazio que deve urgentemente ser estancado. Macron diz que vai em breve nomear um novo primeiro-ministro, que lidere um Governo de unidade nacional.

“Vou nomear um primeiro-ministro nos próximos dias. Vou pedir a essa pessoa que crie um governo de interesse nacional. Esse primeiro-ministro irá formar um governo unido ao vosso serviço”, acrescentou. 

Com a discussão do orçamento de Estado a ir ao debate na próxima semana, Macron já enfrenta protestos na rua. Mais de duzentas mil pessoas saíram à rua, das quais trinta mil na capital Paris. O Presidente francês foi eleito em 2017 e reeleito em 2022.

Seis corpos foram retirados de uma mina abandonada em Stilfontein, na África do Sul. Ainda é desconhecido o número de presos no subsolo. 

As autoridades sul-africanas acreditam que o número de pessoas presas no subsolo, provavelmente, está na casa das centenas, embora uma fonte local tenha dito que havia cerca de 4 mil presos.

As minas de ouro abandonadas, localizadas aproximadamente 150 quilómetros a sudoeste de Joanesburgo, foram cercadas pela polícia no último mês, com o objetivo de remover os que estavam a operar ilegalmente no local.

As autoridades têm restringido o fornecimento de alimentos e água para os encorajar a evacuar a mina. Muitos guardas ilegais conhecidos como Zama Zamas vêm de Moçambique e Lesotho e, frequentemente, enfrentam duras condições para trabalhar e residir na África do Sul.

Alguns moradores associam a presença deles ao aumento da criminalidade, e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa os chamou de “ameaça” à economia e à segurança do país, segundo a imprensa sul-africana.

 

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aderiu, quinta-feira,  à Coligação para Alimentação Escolar, destacando a importância dos programas de alimentação nas escolas na luta contra a pobreza e a fome, após um seminário realizado em São Tomé.

A adesão foi formalizada através da assinatura de uma Carta de Compromisso da Coligação para a Alimentação Escolar, pelas ministras da Educação de São Tomé e Príncipe e Timor Leste, e os representantes dos demais países da CPLP, que participaram no terceiro seminário Internacional de Boas Práticas sobre Alimentação Escolar na CPLP.

Segundo o director da Acção Cultural e da Língua Portuguesa da CPLP, João Ima-Panzo, embora alguns países, autonomamente, sejam membros da coligação, a adesão da CPLP simboliza que os Estados membros estão “unidos na luta contra a fome e na promoção de condições que garantam uma infância saudável, um futuro promissor para as crianças e para os jovens da comunidade”.

“A alimentação escolar saudável é mais do que uma preocupação, é uma prática transformadora que ocupa um lugar central nas políticas dos nossos países […] com esta adesão assumimos responsabilidades mútuas, que inclui apoio técnico a mobilização de recursos, a monitorização rigorosa, com base em indicadores credíveis e a vigilância multilateral”, disse Ima-Panzo, citado por Lusa. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros são-tomense, Gareth Guadalupe, defendeu que a parceria com o Programa Alimentar Mundial e outras organizações estratégicas “é fundamental para transformar desafios em oportunidades, capacitar agricultores, pescadores, e sobretudo mulheres”.

Segundo Gareth Guadalupe, em São Tomé e Príncipe, a alimentação escolar é assegurada desde o pré-escolar até ao sétimo ano, mas o Governo são-tomense quer alargar até ao décimo segundo ano até 2030.

No final do seminário de três dias, foram anunciadas 11 conclusões e recomendações, em que se admite que os Programas de Alimentação fomentam o acesso à educação, à equidade social e de género. Defendem ainda os agricultores locais e os sistemas alimentares, apoiam a resiliência climática, criam novos empregos e impulsionam o crescimento económico e a prosperidade.

 

Numa aliança inusitada entre a esquerda e a extrema-direita, foi aprovada, esta quarta-feira, a moção de censura ao Governo francês que o conduziu à queda. Assim, o país europeu enfrenta novamente um cenário de crise política, aliado ao risco de uma grave crise financeira.

Com a queda do executivo, o Presidente francês, Emmanuel Macron, terá de nomear um novo primeiro-ministro, já que não pode convocar novas eleições antes de Julho de 2025, uma vez que dissolveu a Assembleia Nacional em Junho deste ano, segundo o SIC Notícias.

Para a fonte, Emmanuel Macron poderá decidir reconduzir Michel Barnier, que está disposto a fazer concessões para apaziguar a Assembleia Nacional, mas com uma situação de polarização em três grandes campos – esquerda, centro-direita e extrema-direita – o risco de uma nova moção de censura é muito elevado.

“O Presidente pode também demitir-se. No entanto, embora nos últimos dias se tenham multiplicado os apelos à sua saída, Macron afastou a hipótese, garantindo que nunca pensou em deixar o Eliseu antes do final do seu mandato, em 2027”, escreve o SIC Notícias.

A moção de censura ao Governo francês foi anunciada depois de ter sido apresentado o orçamento da Segurança Social para 2025, que o chefe do Executivo francês decidiu adoptar sem votação parlamentar.

A decisão do primeiro-ministro Michel Barnier foi tomada após vários dias de negociações com a extrema-direita de Le Pen, a quem fez várias concessões, mas que não convenceu totalmente.

Barnier cedeu em três das quatro “linhas vermelhas” traçadas pela líder da extrema-direita: eliminou um imposto sobre a electricidade, cortou a ajuda médica aos imigrantes ilegais e manteve os subsídios a vários medicamentos.

No entanto, recusou aplicar a última imposição – o adiamento do aumento das pensões por meio ano para contrariar a inflação.

Nessa altura, Barnier já tinha tomado a decisão de avançar sem votação parlamentar, mesmo que isso colocasse o seu Governo à mercê de uma moção de censura.

 

Um número de mais de 25 milhões de pessoas enfrentam a fome, no Sudão. A crise é agravada pelo fraco abastecimento de ajuda humanitária, devido à guerra civil que se instalou naquele país africano, desde o ano passado.  

A guerra que arrasa o Sudão há vários meses mergulhou o país numa crise humanitária em grande escala. Longe das grandes cidades, a situação é mais grave.

Milhões de sudaneses foram expulsos das suas explorações agrícolas e o acesso aos mercados tornou-se mais difícil à medida que os preços dos alimentos dispararam. A fome, confirmada em vários campos de refugiados, já afecta mais de 25 milhões de pessoas, ou mais da metade da população sudanesa. Esta situação é agravada por falhas no abastecimento e na distribuição de alimentos.

 O Programa Alimentar Mundial planeia entregar mais de 17 mil toneladas de produtos alimentares para apoiar 1,5 milhão de pessoas durante um mês. Contudo, a escala da crise excede as actuais capacidades de ajuda humanitária.

O Programa anunciou a chegada de mais de 700 camiões de ajuda alimentar às zonas mais afectadas. Este comboio constitui uma das primeiras ajudas substanciais, desde o início do conflito, de acordo com a imprensa  internacional. 

Com quase 24 mil mortes desde Abril de 2023 e milhões de pessoas deslocadas, os combates entre o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido não mostram sinais de abrandamento. A comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, apela ao acesso humanitário sem entraves, para reduzir o sofrimento das populações civis. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, em sua visita à África subsaariana, prometeu, na quarta-feira, outros US$ 600 milhões, para um projecto de corredor ferroviário intercontinental. Biden  disse, aos líderes regionais, que “África foi deixada para trás por muito tempo. Mas não mais. A África é o futuro.”

Biden aproveitou o terceiro e último dia de sua visita a Angola, para apresentar a ferrovia do Corredor do Lobito, onde os EUA e aliados estão a investir para reformar 800 milhas (1.300 quilómetros) de linhas ferroviárias na Zâmbia, Congo e Angola.

O projecto tem como objectivo avançar a presença dos EUA em uma região rica em cobalto, cobre e outros minerais críticos, usados ​​em baterias para veículos elétricos, dispositivos eletrónicos e tecnologias de energia limpa. Até o final da década, a linha ferroviária poderá percorrer um longo caminho para ligar as costas oeste e leste da África Austral.

“É uma virada de jogo”, disse Biden, e citou o efeito transformador da construção da ferrovia transcontinental nos Estados Unidos. Cargas que antes levavam 45 dias para chegar aos Estados Unidos, geralmente, envolvendo caminhões para a África do Sul, agora vão levar menos de 45 horas, disse ele. Ele também previu que o projecto poderia transformar a região de importadora de alimentos para exportadora.

No total, Biden disse que os EUA investiram US$ 4 bilhões ao longo do corredor do Lobito.

Ele foi acompanhado pelos presidentes de Angola, Congo e Zâmbia. O presidente do Congo, Felix Tshisekedi, disse que o projeto poderia criar dezenas de milhões de empregos em seu país, dizendo que ele “mudará a trajetória de nossa região para sempre”.

Biden disse que o Corredor do Lobito constitui o maior investimento dos EUA em um projeto ferroviário fora do país.

Os EUA estão promovendo a actualização da Lobito Atlantic Railway, como um catalisador que espera que desencadeie uma nova era de investimento do sector privado ocidental nesta parte da África. O corredor também atraiu financiamento da União Europeia, do Grupo dos Sete principais países industrializados, de um consórcio privado liderado pelo Ocidente e de bancos africanos.

A Casa Branca de Biden diz que os republicanos no Congresso apoiaram esforços anteriores para promover os interesses comerciais africanos, por meio de investimentos direcionados e que tais iniciativas atraíram Trump e seus principais conselheiros no passado.

 

+ LIDAS

Siga nos