O País – A verdade como notícia

A maior parte das pessoas sem electricidade, no mundo, estão em África.  De um total de 685 milhões sem luz, a nível mundial, 590 milhões de pessoas encontram-se no continente africano, segundo um relatório da Câmara de Energia Africana

O “acesso à electricidade no continente africano continua a ser uma meta distante, particularmente nas áreas rurais, onde a conectividade é limitada ou não existe”, avanca o relatório sobre ‘O Estado da Energia Africana em 2025’, citado pelo Notícias ao Minuto, que acrescenta: “A electrificação do continente africano, essencial para a industrialização e o desenvolvimento económico, ‘tem sido adiada pelos elevados custos de ligação à rede, baixo nível de rendimento, fracas infra-estruturas de distribuição local e por uma procura intermitente de eletricidade’”.

Os custos económicos de ter uma ligação à electricidade constitui uma dificuldade, já que os utilizadores não garantem uma utilização constante, “podendo reduzir a utilização para baixar os seus custos”, o que torna o processo de electrificação pouco atraente para as grandes empresas energéticas.

A disparidade, salienta-se ainda no documento, “demonstra a necessidade de investimentos e do desenvolvimento de uma infra-estrutura que consiga colmatar a diferença e melhore as condições de vida no continente”.

Segundo o Noticias ao Minuto, o relatório destaca o papel estratégico de África na transição energética global, em especial nos sectores do petróleo, do gás e das energias renováveis, mas aponta o imenso potencial para as energias renováveis.

Cerca de 6 mil prisioneiros, dos quais 180 são estrangeiros, foram amnistiados, este sábado, pela junta militar de Myanmar, uma medida anual por ocasião do Dia da Independência.

De acordo com um comunicado da junta militar de Myanmar, antiga Birmânia, citado pela imprensa internacional, foram no total 5.864 prisioneiros que receberam o perdão colectivo pelos seus crimes.

A lista inclui 180 estrangeiros, cujas nacionalidades e razões das detenções não foram divulgadas, porém, sabe-se que serão logo de seguida deportados.
O exército explicou, no comunicado, que tomou a decisão por razões humanitárias e por compaixão, tendo anunciado ainda a comutação da pena de 144 condenados à prisão perpétua para 15 anos de prisão.

A junta concede regularmente amnistias a milhares de prisioneiros durante comemorações ou festividades budistas.

Em 2024, por ocasião do Dia da Independência, foram libertados mais de 9.000 prisioneiros.

Myanmar tem estado em turbulência desde a tomada do poder pelo exército em 2021, o que levou a protestos pacíficos em todo o país que a junta militar reprimiu com recurso à violência, desencadeando uma resistência armada generalizada que alguns responsáveis das Nações Unidas caracterizaram como guerra civil.

O Governo da Venezuela distribuiu 1200 militares em todo o país, para “garantir a paz” antes e durante a tomada de posse de Nicolás Maduro para um novo mandato presidencial, na próxima sexta-feira.

A operação foi anunciada, segundo o Notícias ao Minuto, pelo Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas Bolivarianas, num vídeo divulgado nas redes sociais, onde se vê militares em várias ruas do centro e em estações de metro de Caracas, a capital venezuelana.

“Iniciámos um destacamento pela segurança e a paz do nosso povo. Somos 1.200 homens e mulheres uniformizados da gloriosa Força Armada Nacional Bolivariana (…) Vamos garantir a paz do país, vamos dar segurança ao povo, vamos garantir que no dia 10 de Janeiro o presidente tomará posse. No dia 10 tomamos posse com ele”, disse o coronel Alexander Granko Arteaga, da Direcção de Contrainteligência Militar (serviços de informações militares), num vídeo divulgado no Instagram.

De acordo com o Notícias ao Minuto, o coronel Alexander Granko Arteaga afirmou ainda que a revolução e a Venezuela estão sob ameaça e que têm sido realizadas operações contra mercenários, com resultados frutíferos.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao actual Presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma que o seu candidato, Edmundo González Urrutia (actualmente exilado em Espanha), obteve quase 70% dos votos. Além da oposição venezuelana, vários países denunciaram fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as actas de votação para uma verificação independente.

Na quinta-feira, as autoridades venezuelanas ofereceram uma recompensa de 100 mil dólares norte-americanos (97,4 mil euros) por informações sobre o paradeiro de Urrutia.

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, saudou  hoje a abolição da pena de morte no Zimbabwe, mas apelou para a supressão da disposição que permite o levantamento da abolição em caso de estado de emergência.

Zimbabwe aboliu oficialmente a pena de morte na terça-feira, depois de o Presidente Emmerson Mnangagwa ter assinado um projecto de lei que comuta as penas de cerca de 60 pessoas no corredor da morte por penas de prisão.

“Congratulo-me com a assinatura pelo Presidente do Zimbabué de uma lei que abole oficialmente a pena de morte no país”, mas “apelo ao Governo do Zimbabué para que dê mais um passo neste caminho louvável, eliminando a disposição que autoriza o restabelecimento da pena em caso de estado de emergência”, declarou Volker Türk através de um comunicado de imprensa, citado pela Lusa.

A lei sobre a abolição da pena de morte, publicada na terça-feira no Diário da República, estipula que os tribunais deixam de poder aplicar a pena de morte a qualquer crime e que qualquer condenação à morte existente é comutada por uma pena de prisão.

No entanto, uma disposição determina que esta abolição pode ser levantada em caso de estado de emergência.

Pelo menos 27 corpos de migrantes da África subsariana foram recuperados na quarta-feira e outros 83 foram resgatados depois de dois barcos terem naufragado na costa tunisina, avançou, ontem, a Proteção Civil de Sfax

Cerca de 110 pessoas, todas de países subsaarianos, seguiam a bordo de dois barcos improvisados numa tentativa de chegar clandestinamente à Europa quando uma das embarcações se virou e a outra afundou-se a três milhas náuticas do arquipélago de Kerkennah, disse o director regional da Proteção Civil em Sfax, Zied Sdiri, citado pela agência francesa de notícias AFP.
As autoridades resgataram ainda 83 pessoas que estavam no mar.
“Entre os 27 corpos recuperados na costa [do arquipélago de] Kerkennah, contavam-se várias mulheres e crianças”, referiu Zied Sdiri.
O número de pessoas mortas e desaparecidas durante a tentativa de atravessar o Mar Mediterrâneo em 2024 ultrapassou as 2.200, de acordo com dados avançados ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Só na rota central do Mediterrâneo, que liga os países de origem Tunísia, Argélia e Líbia, aos de destino Itália e Malta, morreram pelo menos 1.700 pessoas.
“Entre estas vítimas há centenas de meninas e meninos e adolescentes. Na verdade, um em cada cinco de todos aqueles que migram através do Mediterrâneo são menores”, afirmou a directora da agência regional da UNICEF para a Europa e Ásia Central e coordenadora especial da Resposta aos Refugiados e Migrantes na Europa, Regina De Dominicis.
As chegadas a Itália provenientes da Tunísia e da Líbia diminuíram 58% em 2024 em comparação com o ano anterior, quando mais de 155.000 pessoas desembarcaram nas costas italianas.
A redução aconteceu após a assinatura de um memorando entre a União Europeia e as autoridades tunisinas que intensificou as interceções no mar.
No Domingo passado, a Guarda Nacional resgatou 19 tunisinos durante a intervenção de um barco danificado no Mediterrâneo e na segunda-feira, 30 de Dezembro, salvou outros 17 após o naufrágio do seu barco.
Além disso, as forças de segurança tunisinas anunciaram a detenção de quatro pessoas envolvidas na passagem de migrantes para a Europa.
As autoridades italianas continuam ontem as buscas por 20 pessoas desaparecidas, incluindo cinco mulheres e três crianças, ao largo da costa de Lampedusa, enquanto o mais novo entre os sobreviventes é um rapaz sírio de oito anos que perdeu a mãe no naufrágio.
A Líbia terminou o ano passado como o principal ponto de partida da rota do Mediterrâneo Central, de onde partiram 41.484 dos 65.474 migrantes que chegaram a Itália, segundo dados da agência da ONU para os refugiados (ACNUR).

 

O presidente queniano reconheceu pela primeira vez, nesta semana, os abusos de poder cometidos pelas forças de segurança do país. Durante o seu discurso de Ano Novo,  William Ruto falou em actos excessivos e extrajudiciais das autoridades, sem dar detalhes.

As declarações do presidente queniano surgem após uma série de manifestações lideradas por jovens que protestavam contra os desaparecimentos atribuídos às forças de segurança, durante protestos contra a subida de impostos e alto custo de vida naquele país de África.

A contestação à actuação das Forças de Segurança foi violentamente reprimida pela polícia, com gás lacrimogêneo e detenções em massa. 

William Ruto apontou que toda a liberdade tem seus limites e a segurança pública deve sempre ter precedência sobre a liberdade desenfreada.

Os activistas dos direitos humanos denunciam a falta de investigações exaustivas sobre estes desaparecimentos. O tribunal ordenou recentemente a libertação de cinco pessoas, alegadamente raptadas pelas forças de segurança, ou uma explicação sob juramento da polícia. No entanto, não houve nenhum desenvolvimento após ordem judicial e o delegado da Polícia em tribunal para dar alguma explicação, mas além dele, nenhum agente compareceu.

As vítimas da suposta má actuação policial  incluem jovens opositores do Presidente Ruto, com destaque para dois indivíduos que partilharam uma controversa imagem gerada por inteligência artificial representando o chefe de Estado num caixão. 

William Ruto associou osincidentes ao aumento da desinformação digital, que chamou de uma ameaça ao tecido moral da nação.

 

Pelo menos 17 palestinianos foram mortos na madrugada desta quarta-feira, ou seja, pouco depois da virada do ano, vítimas de ataques aéreos de Israel  a um campo de refugiados e à cidade de Jabalia.

O exército israelita fez saber, também, que durante a noite matou Al Hadi Sabah, um dos renomados ativistas do Hamas. 

As instruções israelitas para que os refugiados no campo de Al Bureij saíssem antes dos bombardeamentos provocaram uma nova onda de deslocamentos.

A maior parte dos mais de dois milhões de habitantes de Gaza vive deslocada à entrada de 2025, num território praticamente em ruínas.

A Ucrânia suspendeu hoje o transporte de gás natural russo através do seu território, tal como tinha avisado, no âmbito do fim do contrato entre o sistema de transporte de gás da Ucrânia e a empresa de energia russa Gazprom.

O acordo de interação entre a GTS e a Gazprom para pontos físicos de interligação entre os sistemas de transporte de gás da Ucrânia e da Rússia expirou na manhã desta quarta-feira, 1 de janeiro.

O contrato de fornecimento de gás era uma fonte de receitas multimilionárias para a Rússia, que permitia à empresa Gazprom exportar para a Áustria, a Hungria, a Eslováquia e a Moldova, valendo um encaixe de receitas em cerca de 700 milhões de dólares por ano.

A decisão do término do contrato foi explicada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa declaração feita em Bruxelas no dia 19 de Novembro, quando disse recusar que a Rússia continue a ganhar milhões enquanto mantém uma política de agressão ao seu país.

A Rússia garantiu, no entanto, que vai sobreviver ao encerramento da passagem do seu gás pela Ucrânia.

Para a Europa, a perda do fornecimento de gás russo barato contribui para uma grande desaceleração económica, um aumento na inflação e um agravamento do custo de vida.

Refira-se que a Gazprom, que já foi a maior exportadora de gás do mundo, registou um prejuízo de cerca de 6.7 mil milhões de dólares em 2023, naquele que foi o seu primeiro ano sem lucros desde 1999.

Centenas de activistas sociais e defensores dos Direitos Humanos no Quênia voltaram a sair à rua da capital, Nairobi, esta segunda-feira, em protesto a onda de raptos aos críticos do Governo de William Ruto. Como resposta, a polícia disparou gás lacrimogéneo e realizou uma série de detenções. 

É uma nova onda de manifestações que tomou parte das principais ruas da capital queniana, Nairobi, nos últimos dias, com os activistas sociais e grupos de defesa dos direitos humanos a exigirem a cessação da onda de raptos aos críticos do regime do dia.

“O Governo do Presidente Ruto deixou de raptar pessoas. Esta acção é do Governo, que tem como alvo os seus críticos. Portanto, este regime tornou-se desonesto e nós estamos aqui para chamar o regime à ordem, para exigir que o regime cumpra as leis de um Estado de direito e o seu cargo no mercado”. 

Esta segunda-feira e durante mais uma acção de protestos, a polícia disparou gás lacrimogéneo em direção a um grupo de manifestantes, que exigia acções urgentes e libertação de dezenas de cativos.

O presidente queniano disse, este domingo,  que não vai admitir actos de violência no país, e que os manifestantes devem ser claros nas suas exigências.

“Não devem permanecer anónimos. Não devem permanecer sem forma ou sem rosto. Têm de dar um passo em frente. Não podemos entregar a nossa democracia a anarquistas sem rosto, sem forma e anónimos”, disse William Ruto, Presidente do Quénia. 

Nas ruas, há três semanas, e contra acções que o grupo descreve como agressão às liberdades constitucionais, os manifestantes ameaçavam permanecer nas ruas.

 “Estamos a viver numa época em que temos de viver com medo. Por isso, estou muito orgulhosa de todos os que estão aqui presentes, porque todos nós viemos dizer que este é o nosso país, e que não é possível que vivamos da forma como temos vivido sob este regime neste país”, declararam manifestantes.

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