Está interrompida a circulação de pessoas na “ponteca” que liga a vila municipal de Boane e oito bairros, onde vivem cerca de 22 mil pessoas em risco de isolamento. A interdição deve-se ao facto de a infra-estrutura ter sido “engolida” pela água da chuva.
Até à manhã desta de hoje, era possível ver um enorme volume de água a passar pelo rio Umbeluzi e as pessoas também iam passando contra todos os riscos. Já que a “ponteca” está submersa, as autoridades interditaram a passagem de pessoas e veículos, mas há quem ousasse a passar.
Uma dessas pessoas é José Luís que queria passar por tractor. Ele sabe do risco e diz não haver outra alternativa. “O presidente [da vila autárquica de Boane] disse ontem que não devemos usar a ponte, mas não temos outras”, justificou a razão da sua ousadia.
Santismo, mesmo vendo o perigo e empurrando sua bicicleta, desejava atravessar. “Aquele barco, que dizem ser gratuito, não vai levar a minha bicicleta sem me cobrar, por isso vou atravessar, tal como fiz ontem”, referiu.
A Polícia Municipal de Boane chegou à zona de Mazambanine e mandou interditar o uso do drift para o trânsito de peões. Assim, a solução encontrada foi alocar uma embarcação do Instituto Nacional de Gestão de Desastres Naturais (INGD), que garante a ligação entre as duas margens.
No entanto, Reginaldo, tal como outros munícipes da vila autárquica de Boane, reclama o facto de ter sido alocada uma embarcação para tantas pessoas que precisam de se movimentar.
A par disso, surgiram operadores privados que, com recurso a barcos a remo, ajudam a travessia mediante o pagamento de 10 Meticais por viagem, mas, nestas embarcações, não são observadas as regras de segurança, como o uso de coletes salva-vidas.
Carlota Macoane sabe da necessidade de equipar a embarcação com meios de segurança, mas diz que, neste momento, interessa ajudar as pessoas, contrariamente ao que o jornal “O País” testemunhou – cobrança dos 10 Meticais por cada viagem.