Hélder Muianga, director do Instituto Agrário de Boane, diz que melhorou a alimentação dos seus alunos, uma semana depois de os formandos terem denunciado irregularidades nas refeições. Entretanto, a instituição diz não ter fundos para atender completamente às exigências dos estudantes.
O jornal “O País” exibiu, na última semana, uma reportagem que dava conta da má qualidade das refeições oferecidas aos estudantes do Instituto Agrário de Boane. Na ocasião, os formandos mencionaram a não alternância das refeições constituídas por feijão e “chima”, bem como o consumo de água não tratada.
Hoje, a direcção do instituto, que recusou, semana passada, pronunciar-se sobre o assunto, abriu as portas da despensa e mostrou os produtos alimentares adquiridos, bem como o depósito de água potável já em condições higiénicas.
Hélder Muianga, director do Instituto Agrário de Boane, diz que os estudantes têm três refeições diárias e a dieta está melhorada e garante que a nutrição ainda vai melhorar.
“A alimentação que nós temos, nestas duas semanas e meia, varia em farinha, arroz, feijão manteiga, feijão bóer, que produzimos aqui, nos nossos campos. A própria farinha que consumimos é de produção local. Temos amendoim, folhas de mandioqueira, peixe, batata-doce, mandioca e, dentro de alguns meses, a dieta ainda vai melhorar, quando começarmos a produção própria nos nossos campos de cultivo.”
O Governo canaliza para o Instituto Agrário de Boane cerca de um milhão e novecentos mil Meticais, dos quais seiscentos mil para as despesas de alimentação. Porém esse dinheiro já acabou.
Para suprir as necessidades, recorre-se às receitas internas, provenientes do pagamento da taxa de internamento e matrículas. Este ano, foram colectados dois milhões de Meticais.
“Através de fundos resultantes das receitas que produzimos internamente, vamos, a partir de agora, adquirir produtos que não produzimos e juntá-los aos que temos. Acreditamos que, com o orçamento próprio e com a produção escolar, temos, sim, capacidade de minimizar alguns problemas.”
O Instituto Agrário de Boane está instalado numa área de 50 hectares. Metade desta área destina-se à produção agrícola, que contribui em 80% nos produtos alimentares consumidos pelos formandos.