Um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), afecto ao comando distrital de Dondo, em Sofala, que é inspector principal e membro da corporação há 29 anos, está detido, no distrito de Dondo, desde o passado dia 8 deste mês, indiciado de ter matado, com recurso à força física, a sua esposa com quem vinha brigando com frequência há mais de um ano devido a divisões de bens.
Ele já não vivia com a finada, com quem teve dois filhos, há cerca de um ano e mantinha relações com uma outra senhora. Contudo, ele, várias vezes, ia à sua antiga casa, com o intuito de, segundo os familiares, exigir que a esposa abandonasse a residência, facto que a vítima sempre recusava e o caso parou na barra da justiça que saiu em defesa da falecida e dos filhos.
Mesmo assim, as “incursões” do indiciado continuaram e, por vezes no período nocturno, as brigas também continuavam. Na noite do dia 7, ele foi visto na casa em alusão a discutir com a esposa e, cerca das 11 horas do dia seguinte, a mulher foi encontrada morta no seu quarto, na cama, estrangulada e nua.
A polícia alega que o crime foi cometido pelo detido, mas não apontou em que circunstâncias e esse negou a acusação.
“Eu soube da morte da minha esposa através de uma chamada telefónica efectuada por um concunhado. É claro que as nossas relações não eram boas, mas a notícia chocou-me e dirigi-me, imediatamente, à casa onde fui espancado pelos familiares. Não sei como ela morreu, mas a polícia deteve-me alegando que sou o autor do crime”, explicou o detido.
Os familiares também acreditam que o agente ora detido tirou a vida da parente, porque alegou que soube da morte da esposa telefonicamente por volta das 11 horas, mas ele, cerca das 7 horas e trinta minutos, tinha solicitado um subsídio funerário à sua instituição.
“Um dos colegas do meu cunhado contou-nos que soube da morte da minha irmã através do marido, quando este se dirigiu ao sector das finanças para solicitar subsídio funerário. Se ele soube através da chamada telefónica cerca das 11 horas, como se justifica que tenha ido solicitar apoio à instituição antes das oito horas. Portanto, ele já sabia que a minha irmã estava morta, porque foi o autor do crime”, explicou Josefa Saraiva, irmã da vítima.
A polícia indicou apenas que as primeiras conclusões das investigações indicam que a vítima morreu devido à violência física. “Uma peritagem efectuada pelo SERNIC e Saúde aferiu que o resultado da morte foi a violência física, quanto a nós, causada por este indivíduo”, referiu.