Arrancou, hoje, na cidade de Maputo, o inquérito nacional sobre o impacto do HIV-SIDA (INSIDA) que, durante 40 dias, vai abranger cerca de 700 agregados familiares, através de entrevistas a 1200 indivíduos. O bairro de Magoanine “C” acolheu o lançamento.
Luísa Manhiça abriu as portas da sua casa para receber as equipas de inquiridores do Instituto Nacional de Saúde (INS). O acto representa, assim, o arranque do Inquérito Nacional Sobre o Impacto do HIV e Sida na cidade de Maputo, que abrange seis dos sete distritos municipais existentes na capital do país. Antes, foi feita a sensibilização, depois a assinatura do termo de aceitação e, por fim, a colecta de sangue, o que fez da Luísa a primeira pessoa a ser inquirida na cidade das acácias.
Em conversa com o jornal “O País”, Luísa manifestava-se tranquila e colaborativa. “É uma grande responsabilidade, mas a colaboração foi boa, o trabalho também correu da melhor forma. Todos deveriam aderir a este inquérito. Assim, espero pelo resultado para saber do meu estado serológico, pois é muito importante fazer estes exames. Estou muito tranquila, assim saberei do meu estado e poderei cuidar de mim, caso tenha de fazer o tratamento”, disse a nossa entrevistada.
Dos vários objectivos, com o INSIDA, segundo disse Edna Viegas, delegada do Instituto Nacional de Saúde (INS), pretende-se perceber se as pessoas de ambos os sexos, de 15 ou mais anos de idade, têm acesso aos serviços de Saúde, no capítulo de HIV e SIDA, medir a prevalência de supressão viral, obter informações sobre a incidência de novos casos de HIV na cidade de Maputo e avaliar a resistência da doença face aos medicamentos administrados aos doentes.
“Toda essa informação, que vai ser gerada a partir deste inquérito, vai permitir, por um lado, ao Governo de Moçambique e aos nossos parceiros, que trabalham na área do HIV-SIDA, a nível do nosso país, assim como população em geral, que tenham uma visão mais global da epidemia no nosso país. Esta informação vai ajudar a direccionar os programas e os recursos para as áreas que são necessárias e para as pessoas que mais precisam de apoio na área de HIV-SIDA. Na cidade de Maputo, este inquérito vai decorrer em seis distritos municipais, excepto o de Ka Nhaka”, explicou Edna Viegas.
Eneas Comiche, presidente do Município de Maputo, que se juntou às equipas de saúde, apelou às famílias da capital para abrirem as portas aos inquiridores. “Esperamos que continue a haver abertura dos agregados familiares abrangidos no sentido de aceitarem fazer parte deste estudo”, disse o edil da cidade de Maputo.
Comiche advertiu todos os intervenientes para levarem a cabo a actividade com zelo e responsabilidade de modo a não influenciar os resultados desejados.
Os dados do último INSIDA de 2019 apontam para uma taxa de seroprevalência de 16% do total dos habitantes da cidade de Maputo.