O Instituto Nacional de Saúde (INS) anunciou, esta segunda-feira (13), o fim da terceira vaga da COVID-19 no país, a fase mais mortífera que se tem registo, com uma média de 1.500 contaminações diárias e mais de 30 óbitos.
Desde que a pandemia da COVID-19 eclodiu no país, nunca antes tinha infectado e matado tanto, como aconteceu nesta terceira vaga, que teve a confirmação oficial no mês de Junho de 2021.
Um mês depois, o país viu-se mergulhado em um surto que desafiou o Sistema Nacional de Saúde, esgotou o limite de internamentos e obrigou as autoridades a adoptarem medidas restritivas mais gravosas, como forma de conter a rápida e assustadora propagação da pandemia do novo Coronavírus.
Só nos primeiros sete dias do mês de Julho, Moçambique tinha registado pouco mais de 7.081 casos de COVID-19 e 56 óbitos, tendo o ministro da saúde, Armindo Tiago, declarado que “…no mês de Junho foram registados seis vezes mais casos e duas vezes mais óbitos que no mês de Maio, acrescentando que o número de casos e óbitos que registados nos primeiros dias de Julho confirmavam a tendência do aumento crítico da transmissão do novo Coronavírus em Moçambique”.
Face a esta realidade, várias medidas foram tomadas, dentre elas a aceleração e aumento do raio de abrangência dos processos de vacinação massiva, que passaram a incluir, entre outros, a população com idades igual ou superior a 50 anos, vivendo em zonas urbanas, motoristas e cobradores de transportes públicos de passageiros, táxis e moto táxis.
Como resultado dos esforços do Governo e da resposta positiva por parte dos cidadãos, assistiu-se nas últimas duas semanas, uma tendência decrescente do nível de contaminações, conforme explicou a directora nacional-adjunta de Saúde, Benigna Matsinhe, falando a jornalistas, durante a habitual conferência de imprensa.
“Assinalamos nos primeiros 13 dias de Setembro, 2.943 novos casos e 107 internamentos hospitalares, contra 15.385 e 649 havidos em igual período do mês de Agosto, uma redução em 12.442 e 542 internamento”.
No mesmo período em análise, o país registou 30 óbitos contra 256 em Agosto, uma redução em 226 mortes, o equivalente a uma descida em 88 porcento.
Ora, com registos que variam de 50 a 100 casos positivos e de 0 a 5 mortes diárias pela COVID-19, o Instituto Nacional de Saúde confirma o fim da terceira vaga da doença, entretanto acautela.
“Claramente que atingimos o pico e estamos no fim da terceira vaga da pandemia. Mas sabemos que esta terceira vaga esteve caracterizada por uma heterogeneidade, o que pode trazer o risco de, em algumas regiões do país, uma situação mais tardia de eclosão de contaminação e picos, por isso apelamos para o contínuo respeito as medidas já conhecidas”, esclareceu Sérgio Chicumbe, director nacional para área de Inquérito e Monitoria de Saúde do INS.
O Ministério da Saúde já tem em vista o arranque da terceira fase da vacinação contra a COVID-19 e prevê abranger pessoas com idade igual ou superior a 50 anos nas áreas rurais e entre 40 a 49 anos, nas zonas urbanas.