O País – A verdade como notícia

Iniciaram esta terça-feira as exéquias de Marcelino dos Santos

Decorrem, desde a manhã desta terça-feira, na capital moçambicana, as exéquias de Marcelino dos Santos, falecido a 11 de Fevereiro em curso. O Salão Nobre do Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) foi pequeno para acolher tanta gente não quis perder a oportunidade de demonstrar a sua veneração e respeito pelo herói nacional.

Passam hoje seis dos sete dias de luto nacional decretado pelo Governo. O herói nacional, dos poucos que ainda em vida receberam este reconhecimento devido à sua distinção em “actos excepcionais de bravura e heroísmo na defesa da pátria e da vida humana”, terá um funeral de Estado.

A cerimónia iniciou com um cortejo fúnebre, da morgue do Hospital Central de Maputo (HCM) para o Salão Nobre do CMCM, acompanhado por uma escolta da Polícia da República de Moçambique (PRM) no percurso avenidas Salvador Allende (onde fica a morgue do HCM), Eduardo Mondlane e Olof Palme.

Enquanto familiares e amigos de Marcelino dos Santos, assim como diferentes personalidades aguardavam pela chegada da urna, no local houve assinatura do livro de condolências.

O major general (na reserva) Marcelino dos Santos entrou no Paços do Município de Maputo pela parte frontal e o seu corpo foi recebido por membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), os mesmos que irão velá-lo em câmara ardente.

A secretária-geral da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), Mariazinha Niquice, disse que Marcelino dos Santos foi proclamado membro honorário da organização, porque, além de ter feito parte da sua fundação, lutou pelos seus interesses, sobretudo pela emancipação da mulher e do país. Por isso, “não existe período” que descreva a real dimensão e o contributo do malogrado.

Lúcia Coana, directora da Escola Secundária Francisco Manyanga, em Maputo, considera que “não é possível falar da história de Moçambique” sem fazer alusão a Marcelino dos Santos”.

Por isso, “como sociedade temos que perceber que Marcelino do Santos é uma personalidade que não deve desaparecer”, devendo os mais jovens valorizar os seus ideais.

Segundo o programa tornado público pela Comissão Interministerial para os Grandes Eventos Nacionais e Internacionais (CIGENI), hoje o velório termina às 20h00.

Amanhã, segundo dia, o velório prossegue no município de Maputo. Além do Presidente da República, Filipe Nyusi, estarão presentes na cerimónia membros do Governo, titulares dos órgãos de soberania e personalidades estrangeiras.

Estarão igualmente presentes membros da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), da Comissão Política e do secretariado do partido Frelimo, organização da qual o herói nacional foi membro fundador.

Além da declamação de poesia – Marcelino dos Santos era poeta, com pseudónimos Kalungano e Lilinho de Micaia – serão proferidas mensagem pela família, desportistas, ACLLN, Frelimo e elogio fúnebre pelo Presidente da República.

No princípio da tarde, o cortejo fúnebre partirá do CMCM para o monumento aos heróis, acompanhado por uma escolta da PRM e duas companhias das FADM.

No local haverá honras militares em memória a Marcelino dos Santos, entoação do Hino Nacional executado pela banda militar, em simultâneo com o disparo de 19 salvas de canhão, e colocação da urna no jazigo pelos membros das FADM.

O acto será directamente acompanhado por familiares directos do malogrado, Presidente da República, titulares dos órgãos de soberania, ministro dos Combatentes, entre outros.

Diferentes personalidades nacionais e estrangeiras são esperadas na cerimónia. Na segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), Verónica Macamo, falou à imprensa sobre o assunto, tendo dito que personalidades de Angola, Cuba, África do Sul e da Zâmbia confirmaram presença no velório de Marcelinos dos Santos. “Acreditamos que outras (figuras) do mundo estarão” na cerimónia.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos