Pais e encarregados de educação iniciaram as compras de uniforme e material escolar na cidade de Maputo, para o ano lectivo cujo arranque está previsto para 19 de Março. Alguns comerciantes suspiram de alívio mas outros não têm grandes perspectivas no negócio.
Há um ano que milhares de alunos do ensino primário pararam de frequentar a escola, devido à pandemia da COVID-19. No ensino secundário, as aulas foram marcadas por interrupções como forma de mitigar a propagação do vírus.
Entretanto, na última quinta-feira, houve relaxamento das restrições no sector da Educação. Com ele veio a procura pelos uniformes e material escolar na capital moçambicana.
A reportagem do “O País” escalou o mercado Xipamanine. Esmeralda Machel, mãe dois filhos, ambos no ensino primário, disse que não via a hora de os petizes regressarem às aulas.
“Indo à escola é complicado devido à doença, mas é melhor, vou seguir ensinando a eles que em nenhum momento devem tirar a máscara nem mesmo abraçar os colegas na escola”, explicou Esmeralda.
Numa das papelarias localizada na baixa da cidade de Maputo, encontrámos Henrique Xirindza a comprar cadernos e livros escolares. Tem quatro alunos do ensino primário e secundário em casa. Com as novas orientações do Governo, Henrique vê uma oportunidade para retomar o plano de “um futuro risonho para os seus educandos”.
“O regresso às aulas é melhor” porque “os meninos estão a ficar atrasados. Espero muito pelo crescimento deles e a esperança é que saiam médicos e professores”.
Francisco Mateus, alfaiate há 20 anos, não espera grandes mudanças na renda do seu negócio e justifica: “não espero sucesso com o regresso (dos alunos)” porque os pais e encarregados de educação vão reutilizar os uniformes do ano passado, que praticamente não foram usados.
Antes da eclosão da pandemia, o uniforme escolar era vendido entre 200 e 300 meticais. Actualmente o conjunto é adquirido até 450 meticais.
