Cinquenta barracas de venda de produtos diversos foram devastadas por um incêndio de grandes proporções, na madrugada desta quinta-feira, no Mercado Central de Quelimane, província da Zambézia. As causas ainda são conhecidas. Pelo menos 300 vendedores estão desesperados.
Com um semblante triste, Hélia Albino, uma das vendeiras lesadas, não tinha ideia do que fazer para recomeçar a actividade comercial.
“Não sei como vou fazer” para retomar “o negócio. Perdi tudo o que tinha para sustentar os meus sete filhos. O incêndio ocorreu de madrugada e não pude fazer nada para salvar a minha mercadoria”, disse a mulher, com lágrimas no canto do olho.
O corpo de salvação pública esteve no local, mas enfrentou dificuldades para debelar o fogo.
Manuel Cumaio, chefe da secção estatal no Serviço Nacional de Salvação Pública em Quelimane, alegou que o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) não tinha água suficiente para encher os camiões de combate aos incêndios, devido a uma avaria.
Por isso, foi necessário fazer 30 quilómetros para encontrar água, o que impossibilitou que houvesse “eficácia da nossa parte” para evitar que mais barracas fossem reduzidas a cinzas. “Queremos lamentar este facto, mas sem água por perto era impossível” controlar as chamas, de acordo com Manuel Cumaio.
Por sua vez, o FIPAG explicou que as acusações do corpo de salvação pública são infundadas. Faquira Massalo, diretor da instituição, disse que o abastecimento dos carros dos bombeiros acontece de manhã às 22 horas.
“Nesse período nós acreditamos que o corpo de salvação pública tinha reserva suficiente, até porque já tinham reabastecidos os tanques e não sabemos para onde levaram tanta água”, considerou o interlocutor.