O Instituto Nacional de Actividades Económicas (INAE) ordenou, ontem, a suspensão de actividades da fábrica de reciclagem de plástico em Marracuene, província de Maputo. A licença inadequada e falta de condições são apontadas como causas da suspensão.
Um dia depois de o jornal “O País” ter mostrado a reportagem na qual os moradores acusavam a fábrica de reciclagem de plástico de poluir o ambiente e o mar, no bairro de Mutanhane, distrito de Marracuene, província de Maputo, ontem, a Inspeção Nacional de Actividades Económicas fez-se ao local e não gostou do que viu.
Os inspectores começaram por exigir a identificação da empresa e constataram-se irregularidades. “Tivemos a informação de que eles solicitaram uma licença que não é adequada para a realização da actividade. Os proprietários são chineses. Ao solicitar o documento, houve problemas de linguagem, eles não se expressam muito bem em Português”, explicou João David, delegado provincial da INAE.
A visita continuou nos vários departamentos, mas um facto curioso, durante a ronda, é que “O País” encontrou um tubo transportando águas negras para o caminho que dá acesso ao mar. E a empresa justificou dizendo que tem estado a trabalhar com a “lavagem de sacos e a água usada passa pelo tratamento rotativo e volta a ser usada”.
Sobre a poluição do ambiente, Delfina Aurélio, gestora da fábrica, disse que já está em vista a aquisição de uma nova maquina para filtrar o fumo provocado.
“A fábrica ainda está a ser contruída; há algumas coisas que ainda devem ser melhoradas, razão pela qual, achamos melhor suspender as actividades por um período de 30 dias, para a melhoria das condições. Depois de melhoradas, poderão contactar a INAE para, novamente, fazer a verificação”, garantiu.
Ainda sobre a poluição do mar, a Inspeção diz que poderão decorrer trabalhos para apurar os níveis de contaminação da água através da Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental.