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Inácio Neves e Sérgio Gomes defendem maior investimento na segurança dos serviços financeiros

Foto: O País

O último dia da Feira de Tecnologias MozTech, na Arena 3D, na Catembe, Cidade de Maputo, arrancou com um debate à volta do tema Serviços financeiros digitais e os desafios de segurança. No painel moderado pelo jornalista Afonso Chavo, estiveram Inácio Neves, Associate Partmer na Deloitte Moçambique, e Sérgio Gomes, Director-Geral do M-Pesa.

Ao longo de uma hora de reflexão, os oradores referiram-se à necessidade de se investir na segurança dos serviços financeiros, bem como na sofisticação dos procedimentos inerentes ao sector.

Na manhã desta quinta-feira, o primeiro a intervir foi Inácio Neves. Segundo Associate Partmer na Deloitte Moçambique, no país, existem muitas empresas ou instituições em geral que, muitas vezes, não estão a par do risco que tomam, em termos de vulnerabilidade cibernética. Por isso mesmo, os gestores dessas empresas ou instituições, tendencialmente, ou não investem no sector que, em termos de segurança, exige uma actualização diária, ou simplesmente desvalorizam propostas de segurança apresentadas por especialistas.

“Há que levar a sério a questão do risco cibernético”, disse Inácio Neves, para quem a questão de segurança cibernética não deve ser vista de forma particular nas empresas, já que o quadro de gestão de risco da situação financeira envolve todo um ecossistema. Por exemplo, “O nível de segurança nos bancos deve ser o mesmo que nos provedores. Pois, caso o banco esteja protegido e o provedor da segurança esteja vulnerável, pode haver consequências ao banco e aos seus clientes. Mas os bancos estão muito mais avançados nestas matérias do que os sectores não financeiros”.

Já para Sérgio Gomes, Director-Geral do M-Pesa, plataforma com quase 10 milhões de subscritores, quando se fala de inclusão financeira, é necessário que se tenham em conta as vicissitudes sociais. A inclusão de que se falava em 2013, altura em o serviço chegou a Moçambique, é completamente da inclusão actualmente. Ou seja, a inclusão dos serviços financeiros, hoje, é também distribuição acessível e com protecção dos interesses dos clientes.

Dito isso, o Director-Geral do M-Pesa avançou que é fundamental que as empresas, as instituições financeiras, os provedores e os clientes se protejam constantemente, pois, os piratas cibernéticos têm inovado as suas práticas diariamente. Logo, o que ontem foi seguro, hoje e amanhã pode não ser. Pelo que a actualização das medidas de segurança se revelam necessárias e sempre insuficientes.

“Temos de nos defender, e nós, no caso do M-Pesa, temos sido capazes de nos defender ao longo dos anos, para protegermos os nossos clientes”.

Serviços financeiros digitais e os desafios de segurança foi o terceiro painel desta 10ª edição da Feira de Tecnlogias MozTech. A iniciativa arrancou esta quarta-feira e, na abertura, contou intervenções do PCA da MozTech, Daniel David, do Embaixador dos Estados Unidos da América, Peter H. Vrooman, do Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, do PCA do Instituo Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), Twaha Mote, e do Director-Geral da Eutelsat para África, Philippe Baudrier.

A grande novidade, no dia de abertura, foi a de que a empresa Interactive vai passar, a partir de 1 de Julho, a prover internet a todos os moçambicanos.

 

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