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IESE lança Desafios para Moçambique 2018

O Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) lançou esta quinta-feira, o livro Desafios para Moçambique 2018. É a nona edição da serie e está dividido em quatro partes nomeadamente: politica, economia, sociedade e Moçambique no mundo.

No capítulo de política o livro discute temas como os obstáculos de ordem administrativa para a mobilização da receita fiscal nos Municípios, A economia política da reforma eleitoral em Moçambique, bem como os principais desafios para as autarquias moçambicanas.

Analisa também os processos eleitorais no continente e em Moçambique, tendo concluído que os órgãos de administração eleitoral ainda não conseguem garantir aos eleitores uma escolha livre e transparente dos seus governantes.

”Ao invés de contribuírem para a credibilização dos processos eleitorais, contribuem para a cristalização de conflitos entre diferentes actores políticos em Moçambique”, disse Sérgio Chichava, Director Cientifico do IESE, acrescentando que urge uma reflexão profunda, não só dos partidos políticos, como também da sociedade civil para se reverter a situação.

O livro apresenta, também estudos sobre os efeitos macroeconómicos da divida publica, sobre a consolidação fiscal e orçamental em Moçambique, a geração de emprego e bem-estar, entre outros assuntos económicos.

Nas matérias sociais, têm estudos sobre evolução da pobreza no país, as relações laborais e os movimentos de protesto no sector do açúcar, as desigualdades de género em contextos rurais entre outros.

O pesquisador Michael Sambo apresenta no livro um estudo sobre o impacto da actividade mineira nas comunidades, tendo como conclusão que a mesma reproduz a pobreza entre os nativos. Sambo refere que a actividade mineira devasta o ambiente fonte de sobrevivência das comunidades, e introduz a monetização da economia onde os residentes não têm fonte de renda o que torna a sua vida mais difícil.

“Os alimentos que eles tinham disponíveis na natureza já não estão disponíveis, os recursos que estavam disponíveis na natureza, começam a ficar escassos, e como consequência da procura dos bens e recursos que eles já obtinham na natureza, há também a monetização daqueles locais. Porque eles não estão empregues, não tem uma renda fluida, não tiveram preparação, nem capacitações necessárias que aquelas empresas precisam e não há muito mais projectos, elas começam a passar cada vez mais dificuldades “, disse Sambo, que para chegar a estas conclusões o pesquisador estudou a exploração das áreas pesadas de Marrua pela empresa chinesa HMMC no distrito de Angoche e pela Kenmare Irlandesa em Topuito no distrito de Larde, todas na província de Nampula.  O IESE, Instituto de estudos sociais e económicos é uma instituição de pesquisa independente fundado em 2007.

 

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