O Hospital Provincial de Maputo e o Centro de Saúde de Ndlavela investigam supostos casos de maus-tratos contra gestantes, denunciados pelas organizações da sociedade civil.
Na sequência do caso despoletado pelo Observatório de Mulheres, dando conta da existência de casos de maus-tratos, abusos e extorsão de valores às mulheres grávidas, supostamente protagonizados por profissionais da Saúde, o Hospital Provincial de Maputo reconhece ter recebido, em processo de parto, Leila Marinela, no passado dia 4 de Julho. Falando ao jornal “O País”, a directora do hospital, Ana Paula Rodrigues, explicou que a mulher sofreu algumas complicações, por isso ter sido transferida para o Hospital Central de Maputo. Quanto aos maus-tratos, o caso está a ser investigado a todos os níveis.
“A investigação está a ser feita pela inspecção sanitária, até agora, nos livros, temos o registo de que foi um nado morto, tanto que ela veio buscar o atestado de óbito”, explicou Ana Paula Rodrigues.
Investigação está, também, a ser feita aos casos que supostamente ocorreram no Centro de Saúde de Ndlavela, na província de Maputo.
“Não confirmo que tenha havido casos de maus-tratos de mulheres grávidas neste centro de saúde, porque isso carece de uma investigação”, explicou Daniel Chemane, director Provincial de Saúde, tendo depois acrescentado que “já temos as nossas unidades de controlo interno e vamos com o próprio Ministério da Saúde averiguar se houve ou não casos de violência nesta unidade.”
Para os casos desta natureza, os entrevistados recomendam que as denúncias sejam feitas de imediato, pois fica difícil provar alguns casos depois de algum tempo.
O caso de Leila Marinela, que acusa o Hospital Provincial de Maputo de lhe ter submetido a maus-tratos, caracterizados por violência verbal e física que culminou com a retirada do útero e desaparecimento do bebé, já está na Procuradoria Provincial.