O Hospital Geral de Mavalane está sem máquina de raio X há mais de três meses. Todos os pacientes que chegam àquela unidade sanitária da Cidade de Maputo são enviados para o Hospital Geral da Polana Caniço, mas lá o atendimento é deficitário.
Na noite de terça-feira o jornal O País visitou alguns hospitais da capital Maputo, para medir o “pulsar” do atendimento aos utentes, antes do início da greve dos médicos, agendada para a próxima segunda-feira.
No Hospital Geral de Mavalane, o banco de socorros até funciona normalmente, mas nem tudo vai bem.
O sector de radiologia está encerrado porque a máquina de Raio X está avariada há meses.
Bancos abandonados e portas encerradas caracterizam o sector de radiologia naquela Unidade Hospitalar. O facto é que a máquina de Raio X está parada há cerca de três meses. Os utentes que buscam pelos serviços são enviados para o Hospital Geral de Mavalane, informação que se lê num papel colocado no vidro da cabine de aceitação.
Entretanto, a nossa equipa de reportagem dirigiu-se à Polana Caniço, onde, logo ao chegar, se deparou com uma idosa transtornada no corredor, que abandonava o hospital com o neto às costas, sem ter sido atendida.
“Fui ao Hospital Geral José Macamo e Mavalane, agora chego aqui e dizem que não há máquina. Eu vivo em Hulene, lá longe. Só posso ir massagear o pé com água quente em casa”, disse Rebeca Mondlane.
De hospital em hospital, Rebeca Mondlane foi dispensada por alegada insatisfação da classe médica, segundo conta.
“Ele disse que não há técnicos por alegadas dificuldades que todos acompanham na televisão. Se quiserem, vão a José Macamo ou ao Centro de Saúde de Alto Maé.
Fui a Mavalane. Um hospital daquele tamanho não conseguir reparar a avaria de uma máquina, faz sentido? Dizem que a máquina não funciona, sabe-se lá há quantos meses. No tempo de Samora, não passávamos por isto”, disse, magoada, a idosa.
Quem também esperou mais de três horas sem ser atendida na Polana Caniço é uma senhora que tentava apoiar-se em muletas para abandonar os bancos de espera.
Segundo Roberto Manhiça, filho da paciente, os técnicos presentes informaram que deviam tentar um outro hospital, porque o responsável pelo sector não se faria presente, por razões não esclarecidas.
“O médico que nos atendeu diz que o técnico de raio X não se fez presente no dia de hoje. Isso é muito caricato, porque estão aqui doentes que querem fazer raio X, porque provavelmente têm problemas graves, igual à minha mãe. Estamos aqui há três horas”, explicou Roberto Manhiça.
Refira-se que os médicos retomam a greve na próxima segunda-feira, em jeito de reivindicação de meios de trabalho, desde ligaduras, soro, até seringas e muito mais.