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Hospitais enfrentam escassez de vacinas em Xai-Xai e Chimoio

A escassez das vacinas BCG e VAP em hospitais das cidades de Xai-Xai e Chimoio, nas províncias de Gaza e Manica, respectivamente, está a criar preocupação entre as parturientes e profissionais de saúde.

Consideradas essenciais nos primeiros dias de vida para prevenir doenças como tuberculose, poliomielite e sarampo, as vacinas estão em falta há semanas em algumas unidades sanitárias.

No Hospital Provincial de Xai-Xai, a maior referência na província de Gaza, mães relatam que os recém-nascidos estão a deixar a maternidade sem receber a vacina BCG, aplicada normalmente nas primeiras 24 horas de vida.

Márcia Changule deu à luz no dia 21 de Junho e, uma semana depois,  relata que sua filha ainda não foi vacinada.

“A minha filha ainda não apanhou a vacina BCG e ainda não recebi nenhuma recomendação dos médicos. A vacina é tão importante para o crescimento e prevenção de doenças nas crianças”, lamentou.

Por sua vez, Joice Matavel está há três dias no hospital à espera da vacina para o seu bebé e receia que o mesmo possa contrair doenças por conta da não administração do imunizante.

“Facilmente ela pode ter tuberculose. É muito importante que o Ministério da Saúde nos forneça essas vacinas.”

Apesar dos relatos de várias mães, a direcção do Hospital Provincial de Xai-Xai nega haver ruptura.

“Penso que não temos ruptura do ‘stock’ de vacinas”, afirmou Stélio Tamele, responsável da unidade, reforçando que “os técnicos de medicina preventiva deviam explicar o tipo de vacinas que estão sendo administradas. Nunca recebi informação de que há escassez da BCG”.

Já em Chimoio, capital da província de Manica, o cenário é ainda mais preocupante. Segundo o director do Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Ação Social, o distrito enfrenta uma escassez prolongada, que já dura cerca de oito meses.

“Estamos com escassez desta vacina, e o esforço para conseguirmos aplicar as doses às crianças tem sido contínuo. Temos recebido pequenas quantidades, que não cobrem toda a demanda”, declarou o director, Alberto Diomba.

Ele confirmou que as vacinas BCG e VAP — fundamentais para a imunização dos bebés — são as mais afectadas. Contudo, garantiu que há previsão de normalização da situação já no próximo mês.

A vacina BCG é a primeira a ser administrada aos recém-nascidos e tem como principal objectivo prevenir formas graves de tuberculose. A VAP, por sua vez, protege contra a poliomielite, uma doença viral que pode causar paralisia permanente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que ambas sejam aplicadas nas primeiras semanas de vida. A ausência delas pode aumentar consideravelmente os riscos de surtos de doenças.

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