O País – A verdade como notícia

“Hidroeléctricos” de Songo prontos para descargas nas Afrotaças

O Presidente da União Desportiva de Songo, José Costa, garante que a equipa está preparada para passar a primeira eliminatória da liga dos campeões africanos em futebol. O dirigente “hidroeléctrico” diz que a equipa vai jogar as afrotaças na Beira ou em Maputo.

A abertura das oficinas foi exactamente a 27 de Dezembro, com a chegada de todos os jogadores que fazem parte do plantel para a temporada 2018. E porque são muitos os objectivos, falamos com o presidente do clube, José Costa, cujo teor da conversa está nas linhas abaixo.

Como vai o início da época?

Nós abrimos a época no dia 27 de Dezembro, já foram feitos exames médicos e logo começamos com os treinos, o plantel todo já foi testado. De princípio o plantel todo vai fazer o estágio e neste momento temos 28 jogadores. O mister é quem sabe quantos vão avançar e quantos serão dispensados, mas acredito que pelo menos 24/26 ficarão. De momento estamos a preparar a apresentação do plantel ao público, a administração, aos sócios e ao nosso patrocinador principal e de seguida iremos fazer um estágio “fora de portas” para o mister seleccionar melhor os atletas.

Quantos jogadores a UD de Songo contratou para a época e quantos dispensou?

Tivemos dispensas sim e contratamos 14 jogadores novos para esta época. O núcleo duro do ano passado manteve-se intacto, com a única saída de Luís Miquissone, neste momento já não contamos com ele, estamos a espera dos próximos desenvolvimentos do envolvimento dele com a equipa sul-africana do Mamelodi Sundowns FC. Desejamos boa sorte e breve regresso ao Miquissone.

Desses jogadores temos estrangeiros?

Sim, temos! Temos entre cinco e seis estrangeiros, dos quais cinco ficarão, de certeza.

Para quando a apresentação do plantel?

A abertura das oficinas está agendada para o dia 13 deste mês, na vila de Songo, no nosso campo, com o nosso público. Agora estamos a ver com quem será essa apresentação, estamos a contactar equipas que também vão participar das Afrotaças, sobretudo da vizinha Zimbabwe e da vizinha Malawi, e se não conseguirmos faremos com uma equipa nacional que esteja o mais perto possível da província de Tete.

Este ano quais são as ambições da União Desportiva de Songo?

A União Desportiva de Songo tem sempre as mesmas ambições. Primeira ambição grande é o Moçambola, segunda é a fase de grupos da Liga dos Campões, a terceira grande ambição é de voltarmos a defender a final da Taça de Moçambique. A Taça de Moçambique já morou no Songo há dois anos, no ano passado passou a morar lá o campeão. Faremos de tudo para que ela volte a residir na vila de Songo.

É a primeira vez que uma equipa do distrito vence o campeonato nacional. É uma responsabilidade muito grande! Sentem este peso?

Sentimos, mas com muita alegria, muita satisfação e com muita honra de pertencer a esta equipa que trouxe pela primeira vez o troféu do campeonato para o distrito. Por exemplo, o campeão de juniores deste ano foi uma equipa de Gaza, toda gente apostava nos juniores de Maxaquene e por aí fora, mas que nem chegou a fase eliminar, ficou na fase de grupos, o país já acredita que é possível jogar e ganhar mesmo não pertencendo as equipas das grandes capitais. Isto é bom, o país já está a ficar mais unido pelo futebol, espero bem que essa união continue assim, de modo que os fazedores do futebol façam a sua parte, porque é esta união que o governo e o povo querem.

Equipa está preparada para Afrotaças

Estamos a um mês da primeira mão da primeira eliminatória da Liga dos Campeões Africanos, que análise fazem do adversário, já estudaram o adversário?

Já! Já temos pessoas a recolherem essas informações, estamos a direcciona-las, a estuda-las, estamos a ver o nosso adversário e a equipa técnica está a trabalhar para contrariar o adversário. Estamos em cima do acontecimento, porque se passarmos a primeira eliminatória iremos apanhar o TP Mazembe, ainda estamos focados neles, depois vamos nos focar no TP Mazembe. Mas estamos organizados e a estudar o adversário.

Há esperanças para os moçambicanos de que esta primeira eliminatória está acessível e que vamos passar? 

Sim, vamos dar o nosso melhor para podermos passar a primeira eliminatória para o orgulho de todos nós e do representante de Moçambique nas Afrotaças. É nossa função fazer o melhor possível. Estamos a pensar no jogo com Comores e nós vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para ultrapassar o adversário.

Jogos na Beira ou no ENZ

Olhando para esta primeira eliminatória, jogar fora é uma vantagem! A segunda mão será em Songo ou há um outro local escolhido em função das exigências?

Nós queríamos imenso que fosse no Songo, com o nosso público, no nosso campo, na nossa altitude, caso não se consiga cumprir com o que está instituído pela CAF para receber esta prova, temos a segunda opção que é a Beira e a terceira caso não seja na Beira será na capital no Estádio Nacional do Zimpeto. Estamos ainda a explorar estas duas possibilidades para ver se conseguimos apresentar como campo principal.

Já estão em conversações com os dirigentes do Estádio da Beira e do Zimpeto?

Com os dirigentes do Estádio do Zimpeto ainda não, mas com os do clube Ferroviário da Beira temos já uma negociação por escrito, porque verbalmente já foi aceite, até porque fomos bem acolhidos pelo Ferroviário da Beira, mas formalmente por escrito enviamos um documento em Novembro, mas ainda não recebemos uma resposta por escrita.

Início tardio das competições prejudica nossas equipas

O nosso calendário futebolístico não é muito acessível para as equipas que participam nas competições africanas. Entra-se para a primeira eliminatória muito antes de iniciar a época. Até que ponto isso pode ser prejudicial para a UD de Songo?

Uma equipa sem rotação, sem competitividade, sem experiência, sem formar equipa antes. Enquanto as equipas adversárias já tem experiência noção desses jogos, conhecem o seu futebol, nós ainda estamos totalmente verdes. Só vamos fazer uns jogos amigáveis na África do Sul, mas acredito que não são suficientes para formar equipa, porque equipa forma-se de jogo em jogo. Nós até este momento só temos plantel, mas as nossas equipas adversárias já tem equipa. Esta situação é muito prejudicial e nós sempre entramos para as competições africanas sem rodagem.

Qual é a possibilidade de mais jogadores saírem da equipa para além de Luís Miquissone?

Neste momento não existe mais a possibilidade de mais algum jogador sair da equipa, os jogadores tem contrato e nem querem sair, o único que sempre quis e lutou para sair, já desde o ano passado, foi o Luís Miquissone, porque ele quer experimentar outros palcos. Ele no ano passado já esteve para ir para o Marítimo e até houve grandes negociações para Portugal, mas depois os empresários enfraqueceram com as negociações e ele acabou regressando. Importa referir que é vontade do atleta, para nós só resta desejar um rápido regresso ao Luís Miquissone. Mesmo se dando bem noutros palcos, a casa do Songo é dele e ele sempre vai regressar.

O contrato de Luís Miquissone já está acertado! O contrato abarca quantas épocas?

Penso que é por uma época! Ele vai avaliar com o decorrer do tempo lá, depende das oportunidades que lhe derem e da sorte que lhe acompanhar. Ele depende desses dois factores.

 

 

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos