Já não há espaço para internar pacientes com COVID-19 no Hospital Central de Maputo. A enfermaria de trânsito da maior unidade sanitária do país tem capacidade para 40 camas, mas actualmente, tem 53 doentes internados.
A situação da COVID-19 no país e, em particular na cidade de Maputo, vai de mal a pior com o número de internamentos a aumentar a cada dia que passa.
A enfermaria de trânsito do Hospital Central de Maputo, por exemplo, já está romper pelas posturas, ou seja, esgotou a sua capacidade de internamentos e, nalguns casos, teve mesmo que fazer arranjos para acomodar os doentes.
“A nossa enfermaria tem uma capacidade para 40 doentes e uma tenda para 10 doentes suspeitos antes de ter o resultado positivo que também, já está esgotada. Tivemos que aumentar três camas de modo a internar o maior número”, revelou Fárida Ursi, directora clínica do Hospital Central de Maputo.
Não obstante a capacidade ser de 40 camas, a enfermaria de trânsito do HCM tem, neste momento, “temos 53 doentes internados e hoje vamos dividir os pacientes que podemos transferir de Mavalane ou Polana Caniço em função da sua gravidade e/ou de vagas existentes nesses hospitais”.
Com a capacidade no limite, a transferência de pacientes para os outros centros é a única forma de assegurar um internamento condigno aos doentes infectados pelo Coronavírus. “Estamos todos os dias a transferir pacientes mais graves para Polana Caniço e Mavalane, de modo a que os doentes tenham um internamento condigno, sem que tenhamos doentes no chão, porque não é possível internar doentes com COVID-19 no chão. Estamos a fazer de tudo para que tenham um atendimento de qualidade e humanizado” garantiu Fárida Ursi.
No vermelho está, também, o Banco de Sangue da maior unidade sanitária do país com a COVID-19 a repelir os dadores. Há 400 unidades e o ideal seriam 600 pelo que nos próximos dias prevê-se um cenário caótico.
“Nesta terceira vaga, o número de voluntário que vinha, normalmente, ao hospital doar sangue baixou bastante e dentro em breve vamos começar a ter problemas de sangue”, alertou a directora clínica do HCM, esclarecendo que o “breve” significa que “em uma semana iremos ter problemas de sangue, o que poderia fazer com que alguns pacientes com anemias agudas e graves perdessem a vida”.
E porque têm-se registado enchentes nos Serviços de Urgências do Hospital Central de Maputo, sobretudo de pacientes com pequenas gripes, apela-se aos utentes a recorrem às unidades sanitárias do nível primário antes de irem às do nível quarternário como é o caso do HCM.