O Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Central de Maputo (HCM) está a ensaiar uma nova técnica de Autopsia denominada Cadimiaplus com objectivo de minimizar as invasões no corpo durante a realização do exame.
A notícia foi avançada pelo boletim informativa daquele hospital divulgada semana passada.
Trata-se de uma técnica minimamente invasiva para a realização das autópsias, que será feita por meio de introdução de agulhas para determinar a causa da morte.
O projecto, que iniciou em 2013 conta com a colaboração da US Global e outras instituições.
O serviço de Anatomia Patológica do HCM tornou-se num centro de treinamento e acolhe pesquisadores, médicos e outros técnicos de saúde de diversos países, incluindo África do Sul, Quénia, Mali, Etiópia, Serra Leoa, India, Paquistão, Bangladesh.
“De algum tempo pra cá tem-se registado uma redução de pedidos de autópsias porque os familiares não aceitam que os seus parentes sejam submetidos a autópsia uma vez que os corpos são totalmente abertos para extração de órgãos visando aferir a causa da morte”, disse Agostinho Novela, Técnico de saúde afecto na Anatomia Patológica.
Segundo Novela citado pelo boletim informativo do HCM com a introdução da nova técnica esse receio poderá deixar de existir pois muitas das vezes esteve ligada a questões culturais.
“Com esta nova técnica espera-se que haja mais adesão às autópsias, porque no corpo apenas serão introduzidas agulhas para colher amostras.
Sentimos haver um desconforto por parte dos familiares do defunto que muita das vezes refugiam-se a questões culturais para a não realização da autópsia pelos métodos que são aplicados”, assegurou.
Para Jaume Ordi, pesquisador e professor Catedrático na Universidade de Barcelona, esta técnica que considera de baixo custo, para além de esclarecer a causa da morte, vai permitir que se conheçam as doenças que mais matam, para que no futuro possa se desenvolver novas estratégias de prevenção e tratamento para melhorar a saúde da população.
“Esta técnica é vantajosa porque pode ser feita em qualquer Hospital, mesmo que não tenha capacidade de ter serviços de anatomia patológica, desde que haja pessoal treinado para o efeito.
Apenas se utilizam agulhas para introduzir no corpo como forma de colher amostras para esclarecer a causa da morte” disse Jaume.
O Hospital Central de Maputo, avança ainda que o boletim informativo daquela unidade hospitalar, é o primeiro a nível do mundo a realizar este tipo de autópsia, por isso, muitos pro-fissionais estrangeiros são formados na Anatomia Patológica do Hospital Central de Maputo para que possam implementar nos seus respectivos países.
Jaume Ordi sublinha que o serviço da anatomia patológica do HCM foi escolhido para realizar esta pesquisa por possuir instalações modernas e serviços de boa qualidade.