O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, defende a integração dos vários sistemas de pagamento africanos num só para melhorar o comércio entre os países africanos, bem como a inclusão financeira. Zandamela falava esta segunda-feira, na Cidade de Maputo.
Cerca da metade dos mais de um bilião e trezentos milhões de africanos não têm acesso aos serviços financeiros formais. Este é um dos temas abordados pelo governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, na abertura do seminário continental da associação dos bancos centrais africanos.
“Trata-se de um sistema regional, em que vários governos unem forças para tentar trocar o pagamento efectivo, por mais ancestral que seja. (…) Mais do que criar diversas plataformas, precisamos de integrar isso na nossa cadeia. Aí não integram, não dão commodities. Enquanto fazemos a mesma coisa, temos todos esses conjuntos de regiões que parecem estar a progredir, mas eles não são interconectados”, disse Zandamela.
O fraco investimento nas tecnologias de informação e comunicação é outro desafio para o sistema financeiro africano. O governador do banco central diz, a propósito, que é necessário investir na cibersegurança.
“Precisamos de continuar a trabalhar na harmonização do quadro regulador do exterior e continuar a monitorizar e mitigar os diferentes riscos, incluindo a segurança cibernética, que foi aqui mencionada pelo nosso director-executivo, e o financiamento do terrorismo. Esta é uma faixa séria.”
O seminário anual da associação dos bancos centrais africanos decorre de 3 a 5 de Junho corrente. O evento visa encontrar caminhos para melhorar os sistemas de pagamento e o comércio entre os países do continente.