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Há uma mão obscura na CNE que desorganiza o recenseamento, diz Mazanga

Foto: O País

O vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições, Fernando Mazanga, diz que há pessoas com interesses obscuros no órgão, que criam obstáculos para que as pessoas não se recenseiem. Mazanga exige que o director-geral do STAE tome uma medida que impeça o que chama de violação da lei eleitoral.

À medida que o recenseamento eleitoral avança, as reclamações por parte dos partidos da oposição sobem de tom.

E, ao nono dia após o arranque do recenseamento eleitoral, as queixas vêm de um dos responsáveis pelo processo e que ocupa um lugar de relevo na Comissão Nacional de Eleições.

Fernando Mazanga avança que todo o processo actual de recenseamento foi ensaiado a detalhe. Foram formadas as pessoas, testadas as máquinas e tudo respondia às necessidades do processo.

“Fizemos o recenseamento piloto em três províncias, nomeadamente Cabo Delgado, Maputo província e Manica. Conseguimos verificar que, de facto, as máquinas estavam em boas condições, mas quando já estamos a entrar em fase de recenseamento em si, estamos a notar elementos que são contrários aos nossos princípios e inicial constatação. Investigados os assuntos, fomos verificar que o problema não está na acção das máquinas, mas sim na acção do homem, que interfere negativamente e seguindo agendas obscuras e fora do desiderato do CNE”, explicou.

Em declarações à imprensa, no sábado, o vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições disse haver violação da lei eleitoral e, sem apontar nomes, acusou alguns membros do órgão de que faz parte e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.

“Em investigações, descobrimos que, em Quelimane, um técnico do STAE anda a desmontar brigadistas que se encontram a fazer recenseamento, alegadamente porque não são hábeis. Fomos constatar que há realização de recenseamento fora dos locais aprovados pela CNE”, este último facto deu-se em Gurúè, onde uma impressora foi levada para proceder às impressões num armazém, sem autorização das autoridades.

As irregularidades a que a Renamo se refere no processo, segundo explicou, são propositadas, com o objectivo de desencorajar as pessoas de se recensearem.

“Na CNE, não há ambiente para garantir eleições livres, justas e transparentes, devido à acção de um grupo restrito de pessoas, minoritário, que está na instituição a criar obstáculos”, afirmou Mazanga.

A Renamo acredita, também, que as anomalias de que se queixa são provocadas por forças partidárias que não têm a capacidade de atingir, de forma legal, resultados positivos nas eleições autárquicas, marcadas para 11 de Outubro próximo.

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