Enquanto uns desfilavam em direcção à Praça dos Trabalhadores, outros passaram o dia trabalhando. Nesta crónica do Dia Internacional dos Trabalhadores, o jornal O País conta algumas histórias.
O dia foi de festa, mas nem todos celebraram festejando. Em feriado alusivo aos trabalhadores, alguns profissionais passaram o dia nos seus postos de trabalho, na capital do país.
Na Cidade de Maputo, algumas avenidas foram bloqueadas para permitir a passagem do desfile alusivo ao 1º de Maio, por isso a regulação do uso das vias era fundamental.
Fundamental era também garantir a segurança que ficou ao encargo dos agentes da Polícia da República de Moçambique. Do formal ao informal, o importante era cada um fazer a sua parte.
“Há muita gente que precisa de se deslocar hoje e, se não estivéssemos aqui a exercer essa função, estaria tudo paralisado, porque nem todos têm transporte pessoal”, disse Gabriel Gomes, um motorista de transporte semicolectivo de passageiros.
A festa era de todos, mas coube a alguns garantir o almoço. No mercado do Povo, alguns vendedores de refeições passaram o dia em exercício de sua actividade.
“Não estou a trabalhar por insistência, faço-o com amor para alegrar o dia”, disse uma vendedeira. “Assim não é trabalho, é também comemoração”, acrescentou outra.
Mesmo querendo festejar, alguns se contentavam em alegrar o dia dos outros. Venância José vende refeições há mais de 10 anos e conta que sempre passa as festividades do 1o de Maio trabalhando, mas gostaria que um dia o cenário fosse diferente.
“Eu também gostaria de ter pelo menos um dia para também estar de capulana e lenços e fazer como os outros – passear pela Praça dos Trabalhadores, mas o meu trabalho não me permite”. Apesar disso, não se arrepende porque também tem prazer em servir os outros: “fico aqui a servir os outros que procuram alegrar-se neste dia”.
Diferente dos outros feriados havidos este ano, o Dia Internacional do Trabalhador foi agitado nas avenidas da capital do país.