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Há infiltrados no Banco de Moçambique

Por: Cri Essencia

 

Depois do fiasco dos livros escolares em Moçambique, tudo leva a crer que há colonos a determinarem como devemos vestir e que penteados usar nas instituições moçambicanas.

Conforme podem ver na amostra fotográfica, o cabelo natural de mulheres negras é proibido no Banco de Moçambique.

Numa era em que o mundo negro reclama e aclama por identidade própria (da qual o cabelo crespo/carapinha faz parte), que dela durante séculos foi obrigado a prescindir perante a hegemonia branca, em África, o continente de onde o negro é oriundo, faz-se um movimento contrário, possivelmente com o objectivo de nos tornar em ilhas caribenhas ou América Latina, onde o negro é praticamente proibido – ponto.

Qual é o projecto em causa? Tornarmo-nos num país de cabelo liso? Quem é que está por detrás deste plano? E por que é que o pessoal do banco não reparou na política por detrás destas restrições?

Lá está, a velha história inconsequente do “qual é o problema?/não tem mal nenhum!” característico da ignorância moçambicana; táctica para se desfazer do desconfortável/transparecer ser-se boa pessoa, e voltar ao normal de um igualmente inconsequente “está tudo bem”.

A culpa é obviamente do sistema de ensino, que não nos ensina o que somos, o que é nosso, o que é susceptível de ameaça externa (incluindo a nossa essência) e por tal, devamos defender com toda a garra, e como devemos proceder à tal defesa. Não aprendemos que o conceito de agressão não se restringe à integridade física de impacto imediato.

Esta política do Banco de Moçambique lembra-me muito a política de branqueamento no Brasil (através da qual, se devia extinguir a raça negra por via da procriação). Sim, entre os anos 1888-1920, foi implementada tal política no Brasil. A marginalização do negro brasileiro até aos nossos dias, é também consequência dessa política. Um outro cenário notável que me vem à cabeça, são os EUA, onde muito recentemente (em Março de 2022) a Câmara dos Representantes aprovou uma lei (H.R.2116 – Creating a Respectful and Open World for Natural Hair Act 2022) que proíbe a discriminação contra o cabelo afro e todos os penteados que os negros tendem a usar, com o seu cabelo natural. A aprovação desta lei era necessária porque nos EUA ainda existiam regulamentos nas escolas e locais de trabalho, pelos quais, o cabelo carapinha era considerado inadequado e não profissional.

No mesmo diapasão, preocupa-me o reality show “Hair Reality Show” que passa na TVM. Não percebendo a necessidade de tal show (entretem e/ou ensina?) só posso alertar à necessidade de se evitar desmerecer o cabelo carapinha (ainda que numa manipulação psicológica – típica de agendas políticas), passando a mensagem de que o cabelo liso é que é bonito e adequado; que não promovam a branquitude, pois seria automaticamente agressão à negritude, tal como o é, o regulamento do Banco de Moçambique, pelo menos no que concerne à vestimenta e cabeleira africana “inadequadas”.

É irónico que o “inadequado” do Banco de Moçambique seja altamente antiético.

É caso para dizer que devemos alargar as áreas de cooperação com o Ruanda, para melhor compreendermos que o negróide não pode ser subjugado no seu continente.

 

 

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