Diversos supermercados da cidade de Tete não tem produtos para venda devido a sua escassez, o que provoca alguma agitação da população, que procura adquirir algo para o seu consumo diário.
O frango e o peixe são dos produtos mais procurados e que não são encontrados nos frigoríficos dos supermercados, o que deixa os consumidores queixosos devido a dificuldades para encontrar o produto.
“Tenho que procurar outros meios. Ontem fui lá no oceano, no fresco, vi que não tinha frango. Só tinha aquelas galinhas cafreal e acabei deixando também”, disse uma consumidora.
Para além do frango nacional congelado, algumas lojas e supermercados também estão a registrar uma redução no stock de carapau. Augusto Dias foi a uma loja bastante concorrida no centro da cidade para comprar carapau, mas para sua surpresa, teve que regressar à casa de mãos vazias por falta de peixe.
“Eu só queria comprar peixe carapau, mas não tem. Vou procurar couve para conseguir comer”, contou Augusto Dias.
Os potenciais revendedores dizem que a situação tem cerca de duas semanas, mas alegam não ter culpa, uma vez que dependem dos seus fornecedores. Entretanto, o único frango congelado disponível nas arcas frigoríficas dos supermercados é importado, segundo disse um fornecedor.
“O frango, já tem duas semanas sem termos. O peixe começou esta semana a escassear. Semana passada, sexta-feira, já não havia mais peixe carapau”, contou.
Outro fornecedor disse que o peixe só chega a cidade da Beira na próxima semana, uma vez que o navio que o transporta está na Namíbia.
Sobre o assunto, a nossa equipa de reportagem contactou Abílio Antunes, um dos maiores produtores e fornecedores de frangos. Sem gravar entrevista, os responsáveis da empresa confirmaram a escassez do produto e submeteram-nos ao patronato, na província de Manica, para mais detalhes.
Contactamos igualmente o Director Provincial de Indústria e Comércio, mas Ofélio Jeremias nega que haja escassez e explica que a alegada falta de frango congelado e carapau é fruto de fraca capacidade de gestão dos revendedores.
“Em relação ao depósito da Abílio Antunes, já vai-se garantir a sua reposição e para garantir a distribuição nos outros sectores. Mas não significa que este produto está completamente escasso. Não! Existe em outros estabelecimentos”, explicou Ofélio Jeremias.
Jeremias garantiu ainda que nos locais onde há falta, a reposição será feita em poucos dias. “Naturalmente pode acontecer que em um ou outro estabelecimento não tenha este produto, mas pensamos que dentro de pouco tempo em todos os estabelecimentos que vendem este produto terão à sua disposição. Portanto, queremos aproveitar essa oportunidade para alertar os agentes econômicos para sempre assegurar a reposição de stocks. Não esperar que os stocks se esgotem completamente para depois procurá-los. Portanto, é uma questão de gestão”, sensibilizou.