O mundo enfrenta uma escassez de máscaras e outros equipamentos de protecção contra o novo coronavírus, alertou nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS), citado pela Rádio França Internacional, RFI.
A procura é 200 vezes maior do que o normal e os preços aumentaram até 20 vezes.
“O mundo está a enfrentar uma falta crónica de equipamentos de protecção pessoal”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, director da organização em uma reunião do comité executivo da OMS, em Genebra.
“Como resultado, agora temos stocks baixos e prazos de quatro a seis meses” para entregas, com uma situação particularmente difícil para as máscaras, que estão em alta demanda, disse o director-geral da OMS.
Tedros Ghebreyesus disse ainda que quando a oferta é insuficiente e a demanda é alta, pode haver más práticas como segurar stocks e vendê-los ainda mais caros. “É por isso que recomendamos solidariedade”.
“A primeira prioridade são as equipas médicas e a segunda os doentes”, disse Ghebreyesus, acrescentando que a agência da ONU “desencoraja o stock em países e regiões onde a transmissão (da doença) é baixa”.
A OMS insistiu para que a maioria destes equipamentos sejam reservados aos serviços de saúde chineses e que as empresas fabricantes deem prioridade aos que mais precisam.
O governo chinês reconheceu no início da semana a necessidade urgente de máscaras protectoras para enfrentar a epidemia de pneumonia viral.
Já Japão, quase 4 mil pessoas foram colocadas em quarentena num navio de cruzeiro, em Yokohama. Segundo o último relatório, existem dezenas de pessoas infectadas e o isolamento pode prolongar-se até 19 de fevereiro.
Outro navio de cruzeiro foi imobilizado nesta sexta-feira em Nova Jersey, nos Estados Unidos. 27 cidadãos chineses a bordo foram examinados e quatro estão em observação num hospital norte-americano.
Sobre o assunto a Organização Mundial da Saúde deixa o alerta: a procura de máscaras e de outros equipamentos de proteção pessoal pode comprometer os profissionais de saúde que tentam dar resposta ao vírus.