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Há casas inundadas há mais de cinco meses na Cidade de Maputo

Foto: O País

Há casas que continuam inundadas, na Cidade de Maputo, cinco meses depois de a chuva ter parado. Sem resolver esta situação, a edilidade de Maputo diz já estar pronta para responder à próxima época chuvosa.

A chuva que caiu no passado mês de Março invadiu várias casas, no bairro Hulene “B”, e Júlio Macare foi forçado a abandonar a sua residência. Segundo conta a vítima, por viver numa zona baixa, era recorrente, na época chuvosa, assistir a cenários de enchentes, porém o último foi devastador.

“A última enxurrada é que foi mais violenta e, porque as águas só se acumulam ano após ano, não teve jeito. Tivemos que recorrer a asilo na vizinhança”, desabafou Júlio Macare.

Vovó Macare, como é carinhosamente tratado, ainda tinha esperança de regressar à sua casa, mas, aos poucos, vai perdendo a fé, pois, cinco meses depois, a água continua, numa altura em que se aproxima a época chuvosa 2022–2023.

“A reabilitação da casa vai depender de as águas baixarem, mas é necessário que não baixem apenas no meu quintal. A área toda deve ser intervencionada. Eu até posso elevar a minha casa, mas, em caso de mais chuva, poderei estar numa ilhota, rodeado de água”, desabafou a fonte.

Na mesma situação, há outras famílias, em vários outros bairros, na Cidade de Maputo, que, sempre que chove, perdem sono.

Há quem conta que já perdeu a conta das vezes em que perdeu electrodomésticos. Outros vizinhos decidiram abandonar, para sempre, as suas casas, por não suportar a situação e pedem ajuda a quem de direito.

A edilidade até tenta minimizar a situação através dos camiões-cisternas, que bombam as águas das chuvas, mas, conforme contam os munícipes, não tem sido eficiente, pois, quando chove, tudo volta.

“Não temos paz. Pedimos que façam uma bacia hidrográfica, para onde a água possa ser drenada. Veja que já não passa carro por aqui. São covas por todo o lado”, desabafou Isabel Murrene.

A idosa diz ainda que “Estamos tristes pela situação. Não há como estarmos tranquilos, porque sabemos que a água está próxima e pode não desaparecer antes da próxima época chuvosa”.

A edilidade de Maputo não conseguiu resolver o problema das cerca de 12 mil pessoas afectadas, mas tirou lições. Por isso, para época chuvosa e ciclónica que se aproxima, já prevê algumas acções: “Activação do comité de emergência da Cidade de Maputo, remoção de resíduos sólidos, limpezas de valas de drenagens, sensibilização dos munícipes em matérias de prevenção em caso de eventos extremos, bombeamento de água nos vários distritos municipais”, entre outras.

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