O secretário-geral da Organização das Nações Unidas defende que África deve ter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, para que possa participar das decisões que o afectam. António Guterres reiterou a necessidade da reforma do organismo.
48 horas depois de a ministra dos Negócios estrangeiros e cooperação, Verónica Macamo, na sequência da cimeira G77+China, ter defendido a necessidade de o continente africano estar representado no conselho de segurança das Nações Unidas, o secretário-geral da ONU questionou a ausência da África nas sessões deste órgão, encarregado de garantir a paz e a segurança mundiais.
Na opinião de António Guterres, as instituições devem reflectir o mundo de hoje, não o mundo de há 80 anos. Guterres desafiou para que a próxima Cimeira do Futuro da ONU, a acontecer em Setembro, seja uma oportunidade para analisar as reformas da governação global e reconstruir a confiança.
Embora África tenha três lugares no Conselho de Segurança de 15 membros, estes são rotativos, e os cinco lugares permanentes são ocupados pela Europa (França e Reino Unido), América do Norte (EUA) e Ásia (China), para além do lugar da Rússia, que atravessa dois continentes.
Pelas normas, cabe aos próprios Estados-Membros decidir se algum país, africano se torna ou não membro permanente do Conselho de Segurança.