Um mundo dividido não conseguiu erguer-se para combater a pandemia da COVID-19, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, e avisou que uma acção colectiva era necessária para prevenir milhões de pessoas de serem conduzidas à pobreza e fome.
O antigo primeiro-ministro português disse que muito mais poderia ter sido feito se os países tivessem trabalhado juntos para combater a doença, que já matou mais de um milhão de pessoas.
“A pandemia da COVID-19 é o maior desafio global para toda a comunidade internacional, para o multilateralismo e para mim, como secretário-geral das Nações Unidas”, disse Guterres à agência Lusa, citada por Reuters.
“Infelizmente, isto é um teste em que, até agora, a comunidade internacional tem reprovado”, acrescentou.
Guterres disse que se as medidas coordenadas não fossem tomadas, “um vírus microscópico poderia levar milhões de pessoas para a pobreza e fome, com efeitos económicos devastadores nos próximos anos”.
O secretário-geral de 71 anos de idade também criticou os países por falta de unidade na tentativa de resolver outros desafios globais, incluindo conflitos no Afeganistão, Iémen e Síria. “É uma fonte de enorme frustação”, disse.