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“Guerreiras” sem munição suficiente caem aos pés do Mali no Afrobasket

A selecção nacional feminina de basquetebol perdeu diante do Mali, esta quinta-feira, por 86-68, e disse adeus às meias-finais da prova. Resta às “guerreiras do índico” lutar pela dignidade nos próximos jogos, para pelo menos terminar na quinta posição

Era o tudo ou nada para as “guerreiras do Índico” no Afrobasket-2025, em Abidjan, na perseguição aos seus objectivos de chegarem o mais longe possível na competição, nomeadamente as meias-finais e, quiçá, na disputa final.

Quis o destino que a poderosa Mali fosse o adversário e depois da excelente prestação diante da República da Guiné, na quarta-feira, houve muita expectativa no seio dos moçambicanos, que auguravam um resultado positivo.

Mas desde cedo as coisas não saíram a contento para as “guerreiras”, que tinham pouca munição para muito Mali na quadra. É que os seus lançamentos não caiam no cesto, não só do exterior, mas também no interior do garrafão, inclusive por baixo da tabela.

O resultado começou a ser desenhado ainda no primeiro período quando as malianas saíram a vencer por 10 pontos de diferença, ou seja, 21-11.

Sem muitos argumentos para contrariar o poderio das adversárias, que em muitos momentos conseguiam recuperar bolas e até se darem ao luxo de acertarem em muitos lançamentos triplos, contrariamente às jogadoras da selecção nacional, que não tinham discernimento para tal.

O intervalo, sem surpresa, chegou com o resultado de 51-36 a favor do Mali, quase que a dar a indicação do vencedor do jogo.

Nasir Salé precisava mudar os acontecimentos na quadra e, apesar de ter rodado bastante a equipa, o resultado era sempre o mesmo: falhas nos lançamentos.

Ainda assim, no terceiro período as “guerreiras do Índico” tentaram reverter o cenário, chegando a sair com vantagem em termos de diferença de pontos, uma vez que marcou 18 pontos, contra 14 do Mali, reduzindo o marcador para 66-54.

Mas no último quarto as malianas foram com tudo, controlaram o jogo e fixaram o resultado em 86-68, garantindo passagem às meias-finais, relegando Moçambique para os playoffs das classificações do quinto classificado.

 

Defendemos mais do que atacamos, diz Nasir Salé

Na hora do balanço do jogo, o seleccionador nacional, Nasir Salé, disse que o combinado nacional passou mais tempo a defender do que a atacar, ou seja, “não tivemos aquela clarividência que havia necessário para nós podermos superar aquilo que é a poderosa selecção do Mali”. 

Ainda assim, Salé diz que é preciso perceber que o conjunto moçambicano fez o seu máximo, chegando a ter duas atletas com dois dígitos em termos de pontuação, enquanto o Mali teve quatro atletas, o que prova a intenção que tinha na quadra.

Por seu turno, Ingvild Mucauro disse que os erros cometidos no início do jogo custaram caro à equipa e que foi um jogo que já sabiam que seria difícil. “Infelizmente nós começamos mal e acabamos todo o jogo estando a correr atrás do prejuízo. Então, o facto de termos entrado de início mal, de início ansiosos e cometendo erros na zona defensiva, que é o ponto forte do Mali, nos custou o jogo, então, não queríamos ter começado assim, mas basquetebol, desporto, acontece, eles cometeram menos erros nesse sentido e aproveitaram-se mais dos nossos erros do que nós dos erros deles, então, foi um jogo difícil”, disse.

 

Caifadine Manasse encoraja “guerreiras do índico”

O Ministro da Juventude e Desporto, Caifadine Manasse, deixou uma mensagem de encorajamento às jogadoras da selecção nacional de basquetebol sénior feminina, depois da derrota diante do Mali, que as afasta das meias-finais da prova.

Na página das redes sociais do Ministério da Juventude e Desporto, Manasse escreve que “acompanhamos com atenção e orgulho a vossa entrega no jogo desta noite. Nem sempre o resultado reflete o esforço e a coragem demonstrados em campo — e hoje foi um desses dias. Reconhecemos a vossa atitude exemplar, espírito de luta e resiliência. São estas qualidades que fazem de vocês verdadeiras embaixadoras do desporto moçambicano. Vamos seguir com o mesmo foco, união e dignidade, pois, a classificação condigna ainda está ao nosso alcance”.

Manasse termina dizendo que o Governo está com as “guerreiras”.

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